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Tripulantes podem ter sofrido ataque de pânico e cometido suicídio.

O que pode ser apenas uma especulação para alguns especialistas, outros mais conhecedores de situações extremas garantem: Tripulantes podem ter sofrido ataque de pânico e cometido suicídio.

Desaparecida desde domingo no submarino Titan, a tripulação pode estar sentindo no corpo várias consequências da clausura. Pânico, tremores, hipotermia e taquicardia estão entre os sintomas mais comuns, segundo Dale Molé, especialista em medicina preventiva.

O médico, que atua como consultor da Marinha dos Estados Unidos, publicou um artigo em maio no periódico Ciottone’s Disaster Medicine detalhando como o ambiente dentro de submersíveis pode afetar a saúde depois de longos períodos. Estima-se que o veículo construído pela empresa OceanGate para explorar os destroços do Titanic esteja em suas últimas horas de suprimento de oxigênio nesta quarta.

Em entrevista para o DailyMail.com, Molé detalhou como a falta de oxigênio e o excesso de gás carbônico expelido durante a respiração afetam o organismo. Geralmente, veículos submarinos contam com um mecanismo para retirar do ambiente o dióxido de carbono, que é tóxico, mas a capacidade do sistema é limitada e depende do suprimento de energia.

Segundo o especialista, o excesso de gás carbônico é ainda mais prejudicial do que a falta de oxigênio. Os tripulantes podem sentir asfixia, sonolência e vertigem. Com o tempo, a tendência é que percam os sentidos. Caso haja pânico, o problema é ainda maior, porque a respiração se acelera, na chamada hiperventilação.

Outro risco é a hipotermia, já que as temperaturas em regiões profundas do oceano costumam ser baixas, por volta dos 5 °C. O frio excessivo pode provocar tremores, uma resposta do corpo para gerar calor, o que também acelera o ritmo da respiração e consome mais oxigênio, e afeta a capacidade de julgamento.

Em caso de ataque de pânico, os tripulantes podem ter aceleração do batimento cardíaco, falta de ar, tremores e tensão muscular.

Menos de 24 horas

A tripulação do submarino que desapareceu durante uma expedição até os destroços do Titanic tem menos de 24 horas de reservas de oxigênio. Nesta terça-feira, por volta de 14h (horário de Brasília), o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, estimou que o submersível tivesse, àquela altura, cerca de 40 horas adicionais de ar respirável. Com isso, segundo a projeção, as reservas se esgotariam por volta de 6h de quinta-feira (22).

Numa corrida contra o tempo, equipes de resgate intensificaram seus esforços nesta terça-feira para encontrar o submarino com cinco pessoas a bordo que desapareceu no Oceano Atlântico enquanto se dirigia para explorar os escombros do transatlântico que naufragou há mais de cem anos.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos e do Canadá mobilizaram navios e aviões em uma intensa busca aérea e marítima pela embarcação, equipada, no total, com oxigênio para 96 horas.

A operação de resgate enfrenta dificuldades, que vão da baixa visibilidade das águas ao tamanho da área a ser investigada, equivalente às Regiões Metropolitanas do Rio e São Paulo, juntas.

‘Segurança é desperdício’, disse fabricante

Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submarino ‘Titan’ que desapareceu no domingo após iniciar uma expedição rumo aos destroços do Titanic, afirmou em um podcast que “em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício”. O empresário é um dos tripulantes que estão dentro do submersível perdido no Oceano Atlântico.

A declaração foi dada ao programa Unsung Science, do jornalista David Pogue, da CBS. O repórter participou de uma viagem exploratória do Titan ao Titanic, em novembro do ano passado. Após o retorno, ele e o CEO conversaram no podcast. Na ocasião, Rush disse que havia um “limite” para a segurança.

— Você sabe, em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício. Quero dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama, não entre no seu carro, não faça nada. Em algum momento, você vai correr algum risco, e é realmente uma questão de risco-recompensa — afirmou Rush.

ANI