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Brasil: Lula propõe lei para regular o trabalho em aplicativos de carona

Lula, do Brasil, propõe lei para regular o trabalho em aplicativos de carona

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva enviou um projeto de lei ao congresso na segunda-feira para regular os direitos trabalhistas dos trabalhadores de aplicativos de carona no país, o que inclui a necessidade de pagar um salário mínimo.

A proposta, que pode afetar empresas de carona, como a Uber (UBER.N),e a chinesa Didi’s (92Sy.MU), deve ser aprovada pelo Senado e pela Câmara para se tornar uma lei. “O debate no Congresso não será fácil”, disse Lula na segunda-feira em um evento.

A Uber disse em um comunicado que vê o projeto de lei como “um marco importante para a regulamentação equilibrada do trabalho intermediado por plataformas”. 99 disse que só comentaria através da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia.

A entidade, que também representa a Uber, disse que a proposta fornece segurança jurídica para as empresas investirem no Brasil e que “será usada como exemplo para muitos países que estão atualmente discutindo a regulamentação desse novo modelo de trabalho”.

O projeto de lei diz que os aplicativos de carona teriam que pagar pelo menos o salário mínimo do país, que atualmente é de 1.412 reais (US$ 285,37) por mês, para trabalhadores de oito horas por dia. Também haveria um limite de 12 horas de trabalho por dia, contando todas as plataformas. Os dados mais recentes da agência de estatísticas do governo IBGE, de 2022, mostraram que o Brasil tinha cerca de 778.000 pessoas que estavam trabalhando principalmente com transporte de carona.

O projeto de lei também propõe dar direitos aos trabalhadores de carona, como uma pensão pública e benefícios de maternidade, em troca de uma contribuição para a segurança social a ser paga em parte pelas empresas e em parte pelos trabalhadores. No entanto, segue as recentes decisões judiciais no país sobre não determinar os trabalhadores de carona como funcionários. Consequentemente, não daria direito a férias pagas e outros benefícios.

“Os trabalhadores estarão ligados a quantas empresas desejarem, eles definirão suas próprias horas de trabalho, mas terão direitos”, disse o ministro do Trabalho do Brasil, Luiz Marinho, no evento, acrescentando que o governo poderia arrecadar quase 300 milhões de reais por mês com as contribuições para a previdência social. Lula acrescentou que agora ele quer fazer o mesmo com as empresas de entrega de alimentos.

($1 = 4.9479 reais)

Reuters

Reportagem de Lisandra Paraguassu em Brasília e Andre Romani em São Paulo; Edição de Steven Grattan e Alistair Bell