Putin faz visita surpresa a cidade de Mariupol, na Ucrânia

A viagem ocorre depois que um mandado de prisão foi emitido para Putin pelo Tribunal Penal Internacional, devido à suposta deportação de milhares de crianças ucranianas pela Rússia durante o conflito.Asesor presidencial ucraniano denuncia ‘cinismo’ de Putin tras visita a Mariupol

Pelas redes sociais, o conselheiro da Presidência da Ucrânia, Mijailo Podoliak, chamou de “cinismo” a visita do presidente russo à cidade. O conselheiro disse que Putin, “o assassino de milhares de famílias de Mariupol veio admirar as ruínas da cidade e suas tumbas” e que “o criminoso sempre volta à cena do crime”.

A Rússia sitiou Mariupol no início de sua ofensiva no ano passado, destruindo a siderúrgica Azovstal, o último reduto das forças ucranianas na cidade. De acordo com a agência de notícias estatal TASS no domingo, Putin voou para Mariupol de helicóptero no sábado e fez um tour pela cidade, e também circulou dirigindo um carro.

Putin visitou vários locais, conversou com moradores e recebeu um relatório sobre as obras de reconstrução da cidade. A parada de Putin em Mariupol ocorre após sua visita surpresa à Crimeia no sábado para marcar o nono aniversário da anexação da península.

A TV estatal russa o mostrou visitando a cidade portuária de Sevastopol, no Mar Negro, acompanhado pelo governador local nomeado por Moscou, Mikhail Razvozhayev.

Razvozhayev disse no aplicativo de mensagens Telegram que Putin deveria participar da abertura de uma escola de arte infantil por link de vídeo.

— Mas Vladimir Vladimirovich veio pessoalmente. Ele mesmo. Atrás do volante. Porque em um dia tão histórico, o presidente está sempre com Sebastopol e o povo de Sebastopol — disse ele.

A Rússia anexou a Crimeia em 2014 após um referendo que não foi reconhecido por Kiev e pela comunidade internacional.

Dirigindo-se ao Fórum Econômico Mundial na Suíça em janeiro, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que pretende retomar a Crimeia, embora Moscou tenha se recusado a incluí-la em possíveis negociações de paz.

AFP/ANI/Globo/GNI