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Conselheiro acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle dá a sua primeira declaração

Conselheiro acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle dá a sua primeira declaração

O homem acusado por Ronnie Lessa de ser o instigador do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, Domingos Brazão, acaba de fazer sua primeira manifestação, após tomar conhecimento da denúncia.

Trata-se de Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, ex-deputado estadual e aliado do PT em algumas ocasiões, tanto que recebeu os votos da legenda que o levou ao tribunal.

Aqui as perguntas que foram feitas pelo repórter no site Metrópoles e as respostas de Brazão:

Brazão, você mandou matar Marielle Franco? Você mandou matar alguém?

Já respondi isso na primeira pergunta. Nem ela nem ninguém, graças a Deus.

Você conheceu Élcio?

Não, eu nunca o vi [sic]. Pelo menos nunca vi esses caras. Nunca vi, nunca fui apresentado, nada.

E Lessa?

Também não, graças a Deus

Você conhece muita gente no Rio. Não é curioso que eu nunca tenha visto essas pessoas?

Talvez porque minha última eleição tenha sido em 2014. E esses caras, pelo que ouvimos, chegaram em Jacarepaguá depois disso, entendeu?

Você tem alguma ligação com a milícia?

Não, nunca tive. Fui investigado sobre isso dezenas de vezes, dezenas e dezenas de vezes.

Há rumores de que seu nome foi citado tanto na denúncia de Élcio quanto na denúncia de Lessa. Por que eles citariam você em vão?

São duas coisas diferentes. Não sei se realmente mencionaram meu nome. Este é o primeiro ponto e nós cuidaremos dele. O segundo ponto é que, se mencionaram, não sei com que intenção, então não sei se é uma manobra aí. Não posso julgar isso, não sei o que foi feito.

Quero te dizer: você não está tirando meu sono, não é mesmo? Isso me entedia, mas não tira meu sono. Tenho fé em Deus, acredito na Justiça. Se dizem o meu nome para proteger alguém, o desafio das autoridades será sentar-se e compreender quem estão a proteger. Certo? Ou, a outra hipótese que você pode ter é que a própria Polícia Federal está fazendo um negócio desses, me fazendo sangrar aí, que deve ter uma linha de investigação que vai surpreender todo mundo lá. Não consigo pensar em mais nada. Não tenho medo de investigação. Eu não conheço essas pessoas. Eu nunca vi essas pessoas. Mas não vou perder o foco, vou continuar trabalhando. Eles já me entediaram.

O que você acha da hipótese de caciques do PMDB terem se irritado com Marcelo Freixo por supostamente ter ajudado a Lava Jato a prender o ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani, e também seu filho? E que, portanto, houve ordem de execução de Marielle como recado para Freixo?

Quer dizer então que eu sou o bandido? As pessoas querem matar alguém e me procurar? Picciani me procurou para várias coisas, para fazer campanha, para o Senado, para tudo. Então, eu sou o cara? Estou me escondendo… Esse não gruda. Estão dando ao Freixo um superpoder que só interessa ao PSol. Essas coisas não pegam. O que posso dizer sobre isso é que é muita bobagem. É uma coisa irracional.

Qual é a sua relação com o Freixo?

Não tenho nenhuma relação com o Freixo, mas não creio que ele me visse como inimigo. Porque, na eleição para governador, por exemplo, eu estava em Teresópolis (RJ), numa churrascaria. E tinha o Freixo, hoje prefeito de Maricá (RJ), acho que o Joãozinho, presidente do PP, e outra pessoa que não conheço. E eles vieram na minha mesa e o Freixo pediu meu telefone, disse que não tinha mais meu número. ‘Bem, guarde seu número aí’. Não sei se é porque candidato na época das eleições, antes da época das eleições, até no inferno as pessoas ficam simpáticas.

Outro dia conheci o Freixo, deve ter uns quatro meses. Fui encontrar o André Ceciliano, ex-vice-presidente da Alerj, aqui no restaurante Albamar. Quando cheguei lá encontrei Freixo e Lindbergh. Eles me abraçaram e conversaram comigo normalmente.”

O Freixo foi deputado comigo, eu já era deputado quando o Freixo era deputado. Ele desempenhou seu papel no PSol. Eu disse que o Picciani era mais aliado do Freixo do que meu.

Picciani tem mais projetos de coautoria com Freixo do que comigo. Picciani sempre homenageou Freixo. Ele era tão prestigiado que criou diversas encomendas.

Eu não acho que isso cole. Não imagino que o Freixo vá cair nesse pote aí.

Acredito que eleitoralmente isso interessa ao PSol. O PSol não funciona, o PSol não troca lâmpada, o PSol não coloca asfalto, o PSol não emprega na prefeitura nem em lugar nenhum. O PSol vive dessas coisas, mas não acredito que chegue tão longe. Acho que isso dentro do contexto político a gente pode fazer uma guerrinha.

Ninguém aproveitou mais a morte de Marielle do que o PSol. Isso é um fato. Não é porque o PSol quer aproveitar. É porque ele vitimiza e está ali. Não foi o PMDB, não foi ninguém. Isso é conversa fiada de um político que não cola.

Jornal da Cidade