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Brasileiras presas na Alemanha após terem malas trocadas sofrem na prisão

As goianas presas na Alemanha após terem malas trocadas por bagagem com drogas tiveram a prisão mantida pela Justiça de Frankfurt após audiência na manhã de quarta-feira (5), dia em que completam um mês detidas numa penitenciária feminina da cidade.

Segundo o gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás, que acompanha o caso, um juiz alemão pediu que as provas obtidas pela Polícia Federal durante a investigação sejam enviadas pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty.

Durante a audiência, o juiz disse que a PF já enviou o inquérito por adida aduaneiro, que é a pessoa que representa o Brasil em assuntos técnicos e de negociação internacional, mas, além dessas provas, ele pediu as informações sobre a investigação e o inquérito dos presos na operação de terça-feira.

As autoridades alemãs disseram que há fortes indícios de que as brasileiras são mesmo inocentes, mas querem ter acesso a todos os vídeos obtidos pela Polícia Federal e ao inquérito completo, com a prisão dos suspeitos, antes de soltá-las.

Com a prisão das goianas, em 5 de março, a Polícia Federal começou a investigar o caso e achou indícios de que elas não estavam levando cocaína para a Alemanha.

Com o andamento da apuração, a polícia descobriu que funcionários terceirizados do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, trocavam etiquetas de malas para enviar droga para o exterior. Na terça-feira (4), a polícia prendeu seis investigados.

As goianas presas são uma veterinária e uma personal trainer, que foram abordadas pela polícia alemã na troca de avião. Elas faziam escala em Frankfurt com destino a Berlim, e nem chegaram a ver as malas apreendidas pelos policiais e as bagagens delas não foram encontradas até hoje.

Segundo o chefe do gabinete de Assuntos Internacionais, Giordano Sárvio Cavalcante de Souza, o casal comprou a viagem com antecedência e ia passear em vários países europeus.

Troca de etiquetas

A superintendente da Polícia Federal em Goiás, Marcela Rodrigues, disse que há indícios de que as goianas não eram donas das malas com cocaína.

Além das goianas presas, há uma outra mulher que saiu de Goiânia com destino à França e também teve a mala trocada no Aeroporto de Guarulhos. Neste caso, a mulher não foi presa.

O delegado da Polícia Federal Rodrigo Teixeira disse que há imagens das câmeras de seguranças dos aeroportos que mostram as malas embarcadas em Goiânia e as que foram embarcadas em Guarulhos.

A investigação feita pela Polícia Federal de Goiás será enviada para a polícia de Frankfurt.

Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia, com isso, a reportagem não localizou a defesa para se manifestar sobre a operação até a última atualização dessa reportagem.

Rafael Oliveira e Bruno Tavares, g1 Goiás e TV Globo
https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2023/04/05/goianas-presas-na-alemanha-apos-terem-malas-trocadas-por-bagagem-com-drogas-tem-prisao-mantida-apos-audiencia.ghtml


Reportagem do Fantástico, que foi ao ar ontem, 09/04, provou que as etiquetas foram trocadas por uma quadrilha que age nos aeroportos brasileiros e as malas das duas brasileiras “desapareceram”.


Duas brasileiras embarcam para uma viagem de férias e acabam presas, na Alemanha, por tráfico internacional de drogas. Elas alegam inocência.

Kátyna Baía é personal trainer. Jeanne Paollini, médica veterinária. As duas são casadas há 12 anos, moram em Goiânia e colecionam viagens, mas há um mês elas foram parar em presídio feminino em Frankfurt.

É de onde Jeanne fala com a família: “Nós nunca convivemos nesse ambiente. Dói muito ficar aqui todo dia. Eu acordo e penso: ‘Meu Deus, esse pesadelo ainda não acabou’’.

Segundo a polícia, o pesadelo começou com uma troca de etiquetas no maior aeroporto do país; entenda:

  • A área de segurança é monitorada por dezenas de câmeras.
  • Mesmo sendo tão vigiada é um dos locais do Aeroporto Internacional de Guarulhos em que as quadrilhas do tráfico internacional de drogas mais atuam.
  • De acordo com a polícia, as etiquetas foram colocadas nas malas com drogas atrás de uma pilastra. Um ponto cego da câmera.

“A Polícia Federal conseguiu comprovar que aquelas passageiras são inocentes. Indicando quem seriam realmente os culpados do fato do crime ocorrido”, destaca Bruno Gama, delegado da Polícia Federal – GO.

“A Polícia Federal está transmitindo todo o conteúdo probatório da investigação para as autoridades na Alemanha”, diz Marcela Rodrigues, superintendente da PF-GO.

Só que a Justiça alemã quer que as provas cheguem pelo governo brasileiro.

Esta semana, a PF prendeu seis pessoas envolvidas na quadrilha que, segundo a investigação, trocou as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne.

O que dizem os citados:

A concessionária que administra o aeroporto disse que o manuseio das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas. E que, quando ocorre um incidente, se reúne com autoridades para discutir melhorias nos protocolos de segurança.

A Latam, empresa pela qual Kátyna e Jeanne viajaram, disse apenas que colabora com a investigação e que está em contato com familiares das brasileiras presas.