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Os brasileiros gastaram R$ 216,2 bilhões com alimentação fora de casa?

Esse artigo NÃO é de opinião, é um artigo para fazer você pensar e eu tentarei te dar condições para chegar a alguma conclusão.

Eu só te peço para você me dar a chance de explicar o que me causa incomodo, e depois da explicação, você decida o que é certo ou errado.

Venho de uma ‘escola’ de antigos jornalistas (eu disse isso mesmo?), onde contar uma história é noticiar um fato como ele é, cru, sem invenções ou barrigas, é praticar o jornalismo raiz, e se for um jornalismo de opinião, ser didático, sem ser piegas, ser humilde e simples, evitando a arrogância, e o mais importante, sem mentiras e sem induzir o leitor a uma conclusão.

Jornalismo de opinião, em meu entendimento, é expor no que acredita e deixar o leitor concluir se você tem razão ou não.

Argumentar, mas deixando espaços, para o leitor fazer a sua análise e chegar à sua conclusão.

Nesse sentido, por acaso, acabei de receber um tweet muito bacana, que me honrou demais e que reflete a minha realidade e o meu jornalismo:



Obrigado, Wellington Júnior, pelas carinhosas palavras.

Esse é o jornalismo que pratico, ou tento praticar diariamente, e que, em geral, não é reconhecido pela ‘massa’ ou redações, mas deito em paz, com a cabeça tranquila, que não menti e sequer tentei induzir o meu leitor.

Mas do que estou falando?

O Grupo Globo, sites e TVs, devem estar querendo brincar com a inteligência do brasileiro, por certas reportagens serem tão fantasiosas, que pelo próprio escopo, título da reportagem, dá vontade rir ou vomitar.

Para ficar mais claro, leia com muita atenção o ‘print’ abaixo, publicado e postado no site do G1 e segue o link:


https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/03/18/brasileiros-gastaram-r-2162-bilhoes-com-alimentacao-fora-de-casa-em-2022-diz-estudo.ghtml

Eu só gostaria de saber se esses números, a fonte ou fontes, são vozes da cabeça de quem escreveu, ou se foi baseada em estatísticas confiáveis.

Se foram estatísticas de institutos confiáveis, quais foram?

Mas na realidade, seja qual for a resposta ou respostas, não me interessa, porque eu escrevo para leitores inteligentes, e que sabem raciocinar.

Por isso, prestem atenção no que eu vou falar/escrever:

Como eles chegaram a esses incríveis R$ 216, 2 bilhões?

Mas, baseado em que eu estou duvidando desses números?

Não estou apenas duvidando, como afirmando: não são números reais.

Em quem ou no que eu me baseio?

Em várias pessoas.

Não digo várias, não digo dezenas, não digo centenas, não digo milhares e tão pouco milhões de pessoas.

São milhões e milhões de brasileiros na informalidade.

Pense e raciocine, me conta, só no seu bairro existem quantas tias e tios que vendem INFORMALMENTE pipoca na carrocinha, cachorro-quente na carrocinha, sanduíches, algodão-doces, cuscuz, tapioca, quebra-queixo, churrasquinho, Yakissoba e aquelas barraquinhas de Açaí?

E os tios do sacolé, picolé, sorvete ou chupe chupe?

São milhares e milhares de informais e que não são “fiscalizados por relatórios”.

Esses informais não prestam contas, não declaram imposto de renda, não figuram nas estatísticas oficiais, mas movimentam milhares de reais diariamente.

Milhares de famílias brasileiras comem, quase que diariamente, fora de casa e se alimentam na informalidade, na grande maioria dos casos.

De pobres à classe média, quem nunca comeu numa barraquinha?

Quando vou ao centro de São Paulo, eu não deixo de passar na Sé e comer um belo Churrasco Grego, que é uma delícia.

O Seu Valdemar atende ali, na rua e na informalidade, há 20 anos. Quando vou na Conde de Sarzedas, no distrito da Sé, passo lá no seu Valdemar.

‘Bater ponto’, no seu Valdemar, é obrigatório.

Continuarei falando de mim: Eu, minha mulher e nossas três filhas, tenho outros quatro filhos de um casamento anterior, comemos churrasco em um comércio informal, de rua, com direito a mesas e cadeiras na calçada, mas que é uma maravilha. Estava lotado e gastamos R$ 136,90 (cento e trinta s seis reais e noventa centavos).

Esse comércio entrou nessas estatísticas mirabolantes do G1?

Deveriam ter umas 200 pessoas naquela noite e quanto o comerciante, repito, informal não faturou naquela noite?

Multiplica pelos moradores do seu bairro.

Multiplica pelos moradores do seu estado ou município.

Multiplica pelos moradores do Brasil.

Você realmente acredita que são “apenas” R$ 216,2 bilhões, gastos por brasileiros em alimentação fora de casa?

Se você acredita nessa narrativa, continue lendo o G1.

Se você parou para pensar e chegou a conclusão que estou certo, então eu recomendo a você que leia os mestres Augusto Nunes, Jorge Serrão, Silvio Navarro, as deusas Cristina Graelm, Ana Paula Henkel e Fabiana Barroso.

E por que não estou pedindo a sua leitura?

Quem sou eu na fila do pão, diante desses mestres?

Falei com pureza da alma.

Pare, Pense e Reflita.

Mas R$ 216,2 bilhões são números fora da realidade, fora da casinha, provenientes das vozes de suas cabeças.

Essa é a fonte…

Léo Vilhena | Rede GNI
@LeoVilhenaReal