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Guerra: Repatriado faz apelo ao governo Lula para retirar 150 pessoas de Gaza

Repatriado faz apelo ao governo Lula para retirar 150 pessoas de Gaza
Metade do grupo que está em meio ao conflito no Oriente Médio é composto por crianças

Quatro meses após desembarcar em Brasília com o primeiro grupo repatriado da Faixa de Gaza, o comerciante Hasan Rabee está de volta à capital federal.

Hasan pede ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empenho para retirar da área de conflito 150 familiares de brasileiros, das quais metade criança. Há na lista um bebê de seis meses.

Nesta quarta-feira (13), o comerciante se reuniu com o secretário nacional de Justiça, Jean Uema, pedindo visto de reunificação familiar para retirar parentes que ficaram em Gaza. Acompanhado de advogadas, Hasan também se encontrou com parlamentares para pedir apoio à causa. Na quinta-feira (14), o brasileiro-palestino também será recebido para uma reunião no Ministério das Relações Exteriores.

“A gente está aqui, está super bem, convivendo com nosso familiares, mas nosso pensamento, nossas cabeças, nossos corações estão com nossos familiares. Estamos bem aqui, mas todo dias recebemos ligação, (eles) sempre choram que as crianças não têm leite, fralda. Eles têm medo de morrer. O sonho deles é acabar isso logo, de qualquer jeito, de qualquer maneira. Imagina receber a ligação de minha irmão, meu sobrinho: ‘tio, quando isso vai acabar, a gente vai ficar vivo?’. Isso mexe muito com nosso coração, a gente precisa fazer alguma coisa, a gente precisa trazer eles para cá. Eles têm direito de união familiar”, disse à CNN.

No início da guerra entre Israel e Hamas em outubro, Hasan se tornou conhecido por gravar vídeos e relatar a angústia de brasileiros na Faixa de Gaza. Foi uma espécie de porta-voz do grupo. Ao desembarcar em Brasília, no dia 13 de novembro, o comerciante fez um apelo direto ao presidente Lula para que o Brasil retirasse familiares palestinos.

“A gente vai apresentar esse pedido para o Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Justiça, entramos em contato com o representante do governo brasileiro em Ramallah para fazer essa documentação dessas crianças, familiares. Não são apenas pessoas da minha família. Existem muito brasileiros que querem trazer suas famílias que estão na maior prisão do mundo”, relatou.

Hasan, que agora vive em São Paulo, veio primeiro com a mulher e duas filhas. Depois, a mãe e uma irmã vieram no segundo grupo de repatriados brasileiros em dezembro. Porém, Hasan ainda tem duas irmãs e sobrinhos na área de conflito. Os imóveis onde os familiares viviam foram destruídos. Agora, segundo ele, vivem em barracas.

“Todo dia eles têm que sair, ficar numa fila bem enorme, quatro, cinco horas, para conseguir um pouco pão, pouca comida com um preço abusivo inacreditável. Além do bombardeio que cai na cabeça deles, muita gente morrendo. Tem outra guerra da fome”, disse.

Ao todo, o Brasil já repatriou 113 pessoas da Faixa de Gaza. De acordo com dados do Itamaraty, há ainda 20 pessoas sendo assistidas, 11 são brasileiras, entre elas oito crianças. Os demais são palestinos em processo de imigração.