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Presidente do CFM ataca máscaras obrigatórias da Anvisa

Na segunda-feira (13) o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, emitiu um ofício endereçado ao diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fazendo duras críticas à continuidade da política da última de obrigar “passageiros, tripulantes e funcionários” de aeroportos a usarem máscaras para conter a Covid-19. “Máscaras como sinalização de virtude ou como medida de sensação de pertencimento social jamais podem ser impostas a pessoas que não compartilham de tais ideologias ou comportamentos”, arrematou Gallo, após uma revisão de artigos científicos.

O documento de oito páginas começa com um reconhecimento de que “a maioria dos tópicos ligados ao [vírus] SARS-CoV-2” são controversos, inclusive a obrigatoriedade das máscaras. Em seguida, Gallo volta a atenção para 16 estudos favoráveis à eficácia das máscaras para barrar a transmissão do vírus ou que tratam de mecanismos pelos quais isso poderia acontecer. O presidente do CFM resume os resultados de cada um deles, apontando potenciais problemas como não ter considerado o tipo de máscara (de tecido ou cirúrgica), o uso de modelos matemáticos que pressupõem a eficácia, o contexto de uso das máscaras avaliado, “pressupostos inverossímeis, estimativas mal fundamentadas”, “análises estatísticas inadequadas”, “vieses de observação e fatores de confusão”. Alguns dos próprios estudos reconhecem limitações e afirmam que, embora suas evidências sejam positivas, não são suficientes para estabelecer que as máscaras funcionam.

Na quarta página, Gallo volta a atenção para 15 estudos cujos resultados indicam ineficácia das máscaras, também resumindo os resultados e apontando potenciais limitações. Um dos estudos pioneiros, de 2006, considerou as propriedades físicas das máscaras, propondo que havia uma possibilidade de até piorarem o risco de infecção. Esse resultado, comenta o médico, foi corroborado em outro estudo de 2015. Outro estudo, de 2021, considerou a implantação de políticas públicas de máscaras obrigatórias, também com conclusões negativas. A forma mais cautelosa de interpretar os resultados negativos é que as evidências da eficácia das máscaras são insuficientes. Porém, como nota Gallo, são resultados repetidos.

O golpe de misericórdia veio com mais uma conclusão negativa de uma revisão das evidências disponíveis da organização mundial Cochrane, uma das mais respeitadas e rigorosas no ramo. Corroborando suas próprias conclusões anteriores, a Cochrane publicou em 30 de janeiro deste ano, com base em estudos com o maior padrão chamados “randomizados e controlados”, totalizando entre si mais de 600 mil pacientes incluídos, que há um “alto risco de viés” nesses estudos e que eles “não mostraram uma redução clara na infecção viral respiratória com o uso de máscaras médicas/cirúrgicas”. Isso vale para as máscaras consideradas as melhores em filtrar o ar, os modelos N95 e PFF2.

Citando esses resultados, o documento do CFM afirma que as máscaras não produzem quase nenhuma diferença nas incidências de infecção e que “não há evidência científica de que o uso de máscaras de forma banalizada e disseminada na comunidade tenha algum impacto sobre a transmissão de Covid-19 ou mesmo redução de adoecimento. Isso inclui medidas como as da Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, em especial a obrigatoriedade das máscaras nos aeroportos.


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Eli Vieira
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