Uma geração que foi criada por uma ‘juíza’
Eu sou de uma geração que foi criada com Biotônico Fontoura (a primeira bebida com álcool que eu consumi), foi criada ‘cheirando’ álcool (quem não lembra do cheiro dos papéis rodados em mimeógrafos, nas escolas?), foi criada aprendendo a respeitar pai, mãe, avôs, avós, tios, tias, professores e diretores (lembro até hoje do “seu Albor Spartaco Artese”, meu professor e diretor na Escola Municipal José do Patrocínio em Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, nos anos 80/90), eu sou de uma geração que foi criada cantando o hino nacional e tendo postura de reverência à bandeira do Brasil todas as segundas-feiras no pátio do colégio, foi criada estudando nos anos 90 sobre Disciplina e Cortesia & Educação Moral e Cívica, foi criada com presentes “caríssimos” com carrinhos em miniaturas, sequer existiam celulares e telefones residenciais era “coisa” de “ricos”, foi criada de uma maneira ‘incomum’, se apanhasse na rua e entrasse em casa chorando, apanhava dos pais e tinha que voltar lá pra rua, para ‘resolver o probrema’…
Éramos felizes e não sabíamos.
Fomos criados na “unha” e 99% daquelas crianças (daquelas que eu tenho contato) são homens e mulheres bem-sucedidos, empresários, com alguma profissão bem definida, pais e mães honrados e pessoas de bem. Dos 25 que eu tenho contato, apenas 1 foi preso e ‘descaminhou’ na vida.
Não temos frescuras e nem sabemos o que é ‘mimimi’, o que se chama de “Bullying” hoje, resolvíamos na porrada e depois saímos para comer uma coxinha com Coca-Cola. Todos juntos.
Eu sou de uma geração que ainda tinha um certo ‘glamour e romantismo’, fomos forjados no ‘aço’, mas essa geração atual é criada com Nutella, papinha e chocolate quentinho…
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A geração atual não aceita um ‘NÃO’, exigem celulares de última geração e se contrariados, entram em depressão.
Depressão na minha geração era “curada” na base da porrada dos meus pais.
Eu tenho pena dos meus filhos e netos, eles jamais saberão o que é Pique-Pega, Polícia-e-Ladrão, Amarelinha, Taco, Bola-de-Gude, Pique-Esconde, Salada-de-Fruta, Carrinho-de-Rolemã e outras brincadeiras…
Que pena dessa geração…
E o que hoje é “racismo”, o inesquecível Mussum chamava de Piada, e era, o que se chama “indução ao alcoolismo” ele chamava de piada, e era, ou quem não lembra dessas pérolas:
“Criôlo é a tua véia“, ou então, “Vamos tomar um suco de cevadis“?
Ou então o inesquecível Costinha e as suas hilárias piadas de ‘bichinhas”?
Hoje em dia, se fosse vivo, Costinha seria acusado de homofobia.
Hoje essa geração é uma geração muito chata, que não sabe divertir-se e não sabe o que é rir até “passar mal”.
Vivemos dias “nebulosos” onde até para fazer uma piada, temos que respeitar as “regras” do politicamente correto.
Encarnação, hoje em dia é Bullying.
Bullying a gente resolvia na porrada.
Eu tinha um primo chamado Osvaldo e ele era perfeito em imitar o Costinha, e os meus filhos chamavam ele carinhosamente de “Tia Valdeca” e nenhum dos meus filhos é gay, homossexual, travesti, LGBTQIA+, Xzaemnsitjsi+…
Ele era tão adorado pelos sobrinhos, que certa vez o meu filho mais velho, Brenno, não queria jantar, nem a mãe e nem eu insistindo…. Foi a “tia Valdeca” chegar, e a criança comeu o prato inteiro e ainda repetiu.
Outro apelido do meu primo era “negão” e adivinhem por que? E nunca foi racismo, era carinho.
Hoje em dia é CRIME brincar com qualquer réplica de arma, mesmo de plástico, por que a criança pode virar bandido.
Geração de Educadores e políticos idiotas…
A minha geração foi criada brincando com uma Lawman .357 de espoleta e nenhum de nós virou bandido por causa disso, muito pelo contrário, alguns tornaram-se militares ou policiais.
E os filmes e séries?
De foro íntimo, a geração dos anos 80 e 90 assistiram as melhores superproduções do cinema americano de todos os tempos, eu vou citar apenas 10 (eu tenho 557 filmes dessas décadas) gravados em um HD de 1TB:
- Rambo 3
- Platoon
- Os garotos perdidos
- ET
- Curtindo a vida adoidado
- OS Suspeitos
- A face de um crime
- O Silêncio dos Inocentes
- O Colecionador de Ossos
- Um Sonho de liberdade
Foram apenas 10 exemplos, mas eu poderia citar facilmente os 557 filmes que eu tenho (gravei, comprei ou baixei obras primas, que estão fora de catálogo, para venda).
Éramos felizes e não sabíamos e essa geração acha que sabe o que é ser feliz…
Léo Vilhena
Jornalista e Editor da Rede GNI
https://twitter.com/LeoVilhenaReal
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