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Entrevista exclusiva com o Jornalista Léo Vilhena

Avesso a entrevistas, o jornalista Léo Vilhena, apesar de estar celebrando 20 anos de jornalismo (formado), é apenas a 3ª entrevista que ele aceita conceder, durante toda a sua carreira..

A primeira foi para a TV Globo/Cuiabá-MT, na década de 90, a segunda para o Portal Hosanas, nos anos 2.000 e agora, para a Rede GNI, inaugurando o espaço ENTREVISTAS.

Ele concedeu essa entrevista para a Jornalista Micaela Noronha, via StreamYard no dia 08/03/2023 e reproduzimos na íntegra e sem cortes.

Redação REDE GNI


MICAELA NORONHA

Hoje, eu tenho o prazer de entrevistar um amigo. Fora o fato de ele ser o meu chefe, mas esses anos me deu a chance, o prazer e a honra de chamá-lo de amigo.

Ele tornou-se um amigo muito especial.

Aos 51 anos, pai, avô e um vascaíno incurável, é apaixonado por filmes e séries, em especial, fanático por The Walking Dead.

Ele tem 135 livros/E-books escritos e publicados, todos devidamente registrados, mas os 3 mais vendidos são:

  1. Desculpas não curam feridas (Mais de 100 mil exemplares vendidos/baixados)
  2. Tudo como criar um portal de notícias
  3. O Universo The Walking Dead

Ele é apaixonado por Jornalismo e ele é um profissional muito dedicado.

Um profissional muito sério e dedicado. “Até demais”, como afirma a sua companheira, Carla Cavalcanti. Ele já foi diagnosticado com ‘Workaholic’, que vem do inglês e significa alguém que trabalha muito e que não consegue se desligar do trabalho. Um viciado patogênico pelo trabalho.

Tão viciado que enfartou 3 vezes e fez 2 AVCs por causa da rotina “louca” do trabalho.

Ele não tem papas na língua e o ‘problema’ de perguntar qualquer coisa, é que poderá voltar uma resposta que não será fácil, politicamente ou não, correta, ou boa de ouvir/ler (risos).

Interrupção… LÉO VILHENA – Com certeza…

(Risos) Aprendi os primeiros passos no jornalismo, apesar de ainda me considerar uma foca, aprendi os primeiros passos com ele: Léo Vilhena.

Por isso, eu tenho toda a liberdade de chegar com o pé na porta, e a minha primeira pergunta é:


Entrevista Exclusiva com Léo Vilhena
ImagemLéo Vilhena


MICAELA – Por que demorou tanto para aceitar fazer essa entrevista?

LÉO VILHENA – Mica, por um motivo bastante simples: Eu nunca me senti, e ainda não me sinto, confortável de ser entrevistado ou chamado para um bate-papo, em um veículo de imprensa do qual eu sou o editor, ou como queiram, SEO. Para mim é bastante constrangedor. Chefe e entrevistado? É uma equação, que para mim, não tem lógica.

MICAELA – Por que, constrangedor?

LÉO VILHENA – Você me conhece muito bem, eu não ligo para o que as pessoas dizem a meu respeito, já passou esse tempo, ficou lá atrás na adolescência, eu não ligo para que os haters dizem e literalmente eu ”cago e ando” para conselhos ou comentários que eu não pedi, mas a questão é de foro íntimo, é uma ‘barreira’ que eu criei: É crível ou ético o responsável pela agência de notícias dar uma entrevista para a sua própria agência? Para mim não fazia e ainda não faz, certa lógica e o menor sentido. Por isso essa demora.

MICAELA – Então o que mudou e o que fez você aceitar?

LÉO VILHENA – Eu sei que muitos vão achar uma certa prepotência essa comparação, mas quando falei para a Camilla a sua insistência para esse bate-papo, ela pesquisou e me mostrou duas entrevistas: Roberto Marinho para a Globo, do qual ele era o dono, e Silvio Santos para o SBT, do qual ele é o dono. Eu percebi e cheguei a conclusão: Se eles que eram os poderosos, no caso do Sílvio que ainda está vivo, se eles cederam e concederam as entrevistas, por que eu que sou um ‘zé-ninguém’, comparado à eles, por que eu não posso ceder? Foi isso que me fez aceitar e ceder a esse ‘constrangimento’.

MICAELA – Eu fico muito feliz e honrada, por você me conceder esse bate-papo. Vamos começar: Quem é o Léo Vilhena, como pessoa, ser-humano?

LÉO VILHENA – Vixi, que pergunta difícil e complicada de responder. Mas eu prometo que vou tentar e vou me esforçar para responder. Eu vou falar o que eu realmente acho. Eu sou um cara tranquilo, alegre, eu me acho divertido, de bom humor na maioria do tempo, vivo encarnando nos amigos, 25 das 24 horas por dia, acredito que consegui deixar uma adolescência e juventude atribulada para trás, eu fui um jovem muito rebelde, esbarrei na criminalidade, mas aos 17 anos um pastor investiu em mim e não abriu mão de mim. Jôsias Amândula, foi quem extraiu em mim um certo potencial e me mostrou o lado bom de ser uma pessoa autêntica, honesta, verdadeira e sincera, o que lá no passado eu não era. Hoje em dia, eu abomino e detesto mentiras, sacanagens, trairagens, eu não sei lidar com falsidades, eu explodo muito fácil com pessoas falsas e me irrita pessoas mentirosas, não aceito injustiças e traições nos relacionamentos, eu sei lá, é difícil falar da gente. Hoje eu tenho 3 faculdades concluídas, Teologia, Psicologia e Comunicação Social e me considero um cara realizado. Acho que já falei demais (risos).

MICAELA – E quem é o editor, o jornalista, o chefe?

LÉO VILHENA – Você deveria perguntar aos colaboradores (risos) o que eles acham.

MICAELA – (Risos)

LÉO VILHENA – Mas não é muito diferente do “ser-humano” como eu me defini. Nunca tratei mal nenhum colaborador, não sei dar ordens, no máximo eu faço pedidos, eu não sei usar frases como “Para tudo agora” ou “Faça isso agora”, acredito que essas expressões exacerbam arrogância e prepotência, eu prefiro e não falo de outra maneira, “Você pode assistir ou ouvir, agora ou depois?” ou então, “Você poderia fazer isso para mim?”. Eu evito usar qualquer frase que passe a falsa impressão de ordem, soberba ou arrogância. Eu tomo muito cuidado com as palavras. Eu me considero uma pessoa educada. Amigos mais chegados, me chamam de “gentleman” e eu escuto ou leio muito no Twitter, você é muito educado e um cavalheiro. As vezes eu penso: “Estão falando de mim?” (risos).

MICAELA – Eu posso afirmar que essa é uma grande verdade.

LÉO VILHENA – Só essas? (Risos)

MICAELA – (Risos)

LÉO VILHENA – Vou pedir para Carla mandar um e-mail para ti, dando um certo aviso (risos)

MICAELA – (Risos)


ImagemMicaela Noronha


MICAELA – Como você começou no Jornalismo?

LÉO VILHENA – Lá na década de 90, eu era soldado do Corpo de Fuzileiros Navais e eu era membro e músico da Igreja Evangélica Congregacional em Bento Ribeiro, e o pastor Carlinhos me chamou no gabinete dele explicando que ele foi convidado para escrever um texto para o antigo jornal UNIDADE CRISTÃ, que eu nem sei se ainda existe, mas ele não estava com tempo de escrever e ele pediu para eu escrever no lugar dele, por que ele já sabia que eu amava escrever. Naquela época eu já havia escrito 3 dos meus 135 livros/e-books. Então, eu escrevi aquele artigo, o dono do jornal gostou muito do meu texto e me convidou para ser repórter e escrever textos sobre música cristã. O meu primeiro trabalho, contratado do jornal UNIDADE CRISTÃ, foi uma entrevista com a banda REBANHÃO, sucesso gospel e a primeira banda de rock/pop cristã. Entrevistei a banda no belo e enorme apartamento do Pedrinho Braconnot, em Copacabana, foi organizada pelo Inácio Braconnot, irmão do Pedrinho, e foi matéria de capa, a minha primeira capa (risos) e o jornal, naquela semana, vendeu mais de 10 mil exemplares, quando a média eram 1.000 por semana. Era um jornal semanal. Lamento demais não ter um exemplar guardado. Perdi durante os anos. Isso foi na década de 90. Peguei amor pela profissão e fui estudar Comunicação Social e me formei em Jornalismo.

MICAELA – Por onde você passou?

LÉO VILHENA – Comecei no JORNAL UNIDADE CRISTÃ, depois passei pelas redações da revista UIECB, revista GMC MAGAZINE de Curitiba, pelo site DIÁRIO CURITIBANO, GLOBO NEWS MS, TV Brasil, até chegar na Rede GNI.

MICAELA – E qual foi ou quais foram os momentos mais marcantes em sua carreira?

LÉO VILHENA – Com certeza a descoberta do Corpo da pequena Rachel Genofre. Foi uma história que me deixou com marcas e dores severas na alma. Rachel Genofre foi uma menina de 9 anos encontrada morta dentro de uma mala na rodoferroviária de Curitiba na madrugada de 5 de novembro de 2008. O crime ficou 11 anos sem solução até a polícia identificar Carlos Eduardo dos Santos através de testes de DNA. À época, ele já estava preso por diversos outros crimes, incluindo o estupro de um menino, mas ele também foi condenado em maio de 2021 a 50 anos de prisão pelo estupro e assassinato de Rachel. Eu fui o primeiro repórter a chegar na rodoferroviária de Curitiba. Eu morava na Rua Tibagi, em frente a Rodoferroviária de Curitiba e eu estava acordado, olhando pela janela o movimento dos carros. E notei uma movimentação incomum, dentro da rodoferroviária, com muitos carros de polícia e corri para lá e quando cheguei eu vi, estarrecido, muitos policiais chorando e ao chegar próximo, eu vi uma cena que jamais vai sair da minha cabeça: A pequena Rachel, morta, dentro da mala.


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Família da menina Rachel Genofre ainda espera por justiça | Painel do Crime | Tribuna do Paraná
A pequena Rachel, estuprada e morta, dentro da mala achada por um mendigo.


PAUSA…

LÉO VILHENA – O dia em que eu recebi o prêmio pela reportagem “SAMU – UMA FAMÍLIA DE SOCORRISTAS” foi um dia marcante e o dia em que recebi uma MOÇÃO DE APLAUSOS concedida pela Câmara Municipal de Vereadores de Campo Grande, por iniciativa do Vereador Chiquinho Telles, também me deixou muito emocionado e com o sentimento de dever cumprido. Eu recebi diversos prêmios, mas esses dois tem motivos especiais. Sinto saudades de morar em Campo Grande. Lá foi o ápice da minha carreira profissional e deixei lá 3 filhas. Fui muito feliz em Campo Grande…

MICAELA – Como nasceu a GNI? Estamos completando em 2023, 10 anos de existência, e poucos sabem, como de fato nasceu a GNI?

LÉO VILHENA – Eu era dono de uma gráfica rápida em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Eu tive essa gráfica de 2010 à 2013. Mas quando eu abri a gráfica em 2010, já naquela época, eu tinha o sonho de criar um portal de notícias, tanto que abri um perfil no Facebook como um “canal de notícias”, mas eu não fazia a mínima ideia de como gerenciar aquele perfil e por isso ele não foi a frente. Não fez nenhum sucesso ou engajamento. Eu quebrei a gráfica em 2013, por não saber gerenciar o empreendimento, eu não tenho vergonha de admitir isso, porque foi um aprendizado, e a minha esposa na época, a jornalista Suiane Vilhena, estava grávida da Sarah e nós desesperados após falir com a Gráfica Rápida Caminhos, sem grana, endividados, e sem saber o que fazer, estávamos deitados e conversando às 03 horas da manhã, tentando achar uma saída, e eu acabei contando para ela da minha ideia de criar uma agência de notícias. Ela sentou na cama, ficou em silêncio por alguns minutos, perguntou sobre a ideia e fez a pergunta: “Você acha que daria certo?”, com muita convicção, eu respondi: “Sim, eu tenho certeza de que daria certo”, ela me abraçou carinhosamente e disse: “Vamos começar então”. Oramos e pedimos direção à DEUS. Sem o apoio dela, eu jamais teria começado a GNI. Eram 3 horas da manhã, mas eu percebi que um amigo e conselheiro, que eu confio demais, também estava acordado por que ele havia acabado de postar uma mensagem no Facebook, e mesmo de madrugada, eu liguei para ele, contei a ideia e ele na mesma hora me disse: “O que a Suiane acha disso? (Eu respondi e ele completou) Eu senti paz no coração, conte comigo e vamos começar esse trabalho.” Foi assim que começamos. Ele também é um jornalista, ele não tem formação, mas escreve e escreve muito bem. O Walter Magalhães foi o primeiro colaborador. Reunimos outros 3 jornalistas, Denieire Loubet, Jonas e sua esposa e começamos o trabalho. Registrei o CNPJ, comprei o domínio e montei o site e começamos com o nome UNIÃO BRASILEIRA DE JORNALISTAS – UBJ e logo o site fez um enorme sucesso. Eu tive que aprender a programar em WordPress, a plataforma que escolhemos, e me formei em programador e designer de WordPress. Logo depois, ainda em 2013, sentamos e nos reunimos para decidir se UBJ era uma marca forte e decidimos mudar o nome para GRUPO DE NOTÍCIAS INTERNACIONAIS – GNI. Por que mudamos para GRUPO DE NOTÍCIAS INTERNACIONAIS? Por ter morado durante muito tempo na Alemanha, nós tínhamos muitos acessos internacionais, acessos da Europa, e no início, o foco eram somente notícias internacionais, daí o nome: GNI. Em 2014 alteramos novamente o nome, e o site passou a chamar REDE GNI e ficou uma marca forte. Entre 2015 e 2017 tivemos o nosso auge: 1 milhão de hits/acessos por dia. O que alavancou a REDE GNI foi a reportagem de um avião e que caiu e sumiu no oceano. Ficamos tão conhecidos que até o Danilo Gentili passou a usar a REDE GNI como referência. Foi assim que começamos. Em 2019 eu tirei o site do ar, porque eu enfartei e fiz um AVC, os primeiros (risos), e voltamos em 2020, mas com força mesmo, voltamos apenas em 2021. Hoje ainda não recuperamos a média de acessos, mas trabalhamos arduamente para recuperarmos o nosso espaço.


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Primeiro escritório da Rede GNI – Léo, Suiane e Cibelle


MICAELA – Quantos acessos à REDE GNI tem hoje em dia?

LÉO VILHENA – Está variando demais, estamos entre 1.000 e 10.000 hits/acessos por dia. Existem dias que bate um pico de 100.000, na verdade poucos dias, mas em outros dias, já chegamos a ter apenas 100 hits/acessos por dia. Desde que voltamos com força, um trabalho diário das 04h às 22h, fora os plantões, os acessos estão oscilando demais. Infelizmente, uma verdade que aprendi ao longo dos anos: O POVO GOSTA DE LER DESGRAÇA. Quanto mais desgraças ou tragédias, mais acessos. Uma verdade cruel e inquietante? Mas é uma verdade!


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Site da Rede GNI em 2015


MICAELA – Por que essas oscilações?

LÉO VILHENA – É um conjunto de fatores. Os leitores mais assíduos não deixaram de acessar, nem quando ficamos fora do ar, mas o grande público perdeu a rotina de acessar diariamente. Somente no final de 2022 nós reativamos as Redes Sociais da GNI, que é um grande “gancho” para acessos e as mudanças nos códigos e algoritmos da GOOGLE que não impulsionam mais as reportagens e links se você não pagar e “patrocinar” cada link/reportagem, diminuíram os nossos acessos.


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Site da REDE GNI em 2023


MICAELA – Você falou “Em 2019 eu tirei o site do ar, porque eu enfartei e fiz um AVC, os primeiros (risos), e voltamos em 2020, mas com força mesmo, voltamos em 2021.” E como está a sua saúde hoje em dia?

LÉO VILHENA – Eu fiz o primeiro enfarto e primeiro AVC em 2017, voltei a fazer um enfarto e AVC em 2019 e enfartei em 2022. Esse último foi mais forte, laudado eu fiz um Enfarto Agudo do Miocárdio, operei e fui parar na UTI, o que foi uma surpresa para mim, eu imaginava que AGUDO DO MIOCÁRDIO eram fatais, todos eles. Fui socorrido para uma UPA, fui imediatamente transferido para a SANTA CASA e fui operado às pressas. Fiz um cateterismo, que evoluiu para uma ANGIOPLASTIA. Sou muito grato aos Doutores Rafael Silva e Pedro Paulo Berardo da Silva. Eles foram competentes e usados por Deus para salvar a minha vida. De lá para cá estou ainda me recuperando e tomando cuidados para levar uma vida mais saudável. Aqueles churrascos diários ou comidas gordurosas ficaram no passado (risos).

MICAELA – Ainda mais agora, vovô e com um novo amor.

LÉO VILHENA – (Risos) kkkkkkk avô, meu DEUS… rsss

MICAELA – Você tem quantos filhos e netos?

LÉO VILHENA – Tenho 4 filhos hereditários, de sangue, Brenno, Leonnardo, Sarah e Beatriz, e 3 que criei como filhos e não há distinção para mim, Brunna, Daniela e Ana Carol (a Ana já faleceu). E a Milena, é uma menina que trato como filha, pelo enorme carinho que tenho por essa menina. Além de duas netas.

MICAELA – E o novo amor?

LÉO VILHENA – (Risos)… Ela é uma boa pessoa… (Risos)

MICAELA – Camilla, ele é um bom companheiro?

CAMILLA – O melhor, Deus não poderia ter me dado um companheiro mais amoroso, carinhoso, preocupado e trabalhador, mesmo diante de todas as dificuldades.


LÉO VILHENA – (Interrompendo) Acabamos? (Risos)

MICAELA – Eu quero agradecer por esse tempo, pela sinceridade e toda a sua paciência em conversar comigo.

LÉO VILHENA – ‘Magina’ querida, para mim foi um constrangimento (risos) e um prazer.

MICAELA – Obrigada.



Primeiro Estúdio da Rede GNI



Escritório do Jornalista Léo Vilhena