Casa Branca ignora jornalistas que usam pronomes neutros na assinatura de e-mail
O governo dos Estados Unidos indicou nesta quarta-feira (9) que pode não responder a e-mails cujas assinaturas incluam a identificação de pronomes do remetente.
No contexto da identidade de gênero, os pronomes são usados para refletir como uma pessoa se identifica, como “ele/dele”, “ela/dela” ou pronomes neutros, como “elu/delu”.
A secretária de imprensa da Casa Branca,
, confirmou a postura ao jornal The New York Times. “Como uma política, nós não respondemos a repórteres com pronomes em suas biografias (em redes sociais)”, afirmou Leavitt a um jornalista que enviou uma solicitação.
A reportagem do NYT revelou que, em pelo menos três ocasiões, integrantes da equipe de comunicação de Donald Trump recusaram-se a interagir com remetentes que indicaram seus pronomes na assinatura de e-mail.
Em resposta a um questionamento feito pelo jornal, Leavitt ainda afirmou:
“Qualquer repórter que escolha colocar seus pronomes preferidos na biografia claramente não se importa com a realidade biológica ou com a verdade e, portanto, não pode ser confiável para escrever uma história honesta”.
Além disso, a restrição se estende a jornalistas que incluem essa informação em suas descrições em redes sociais – as chamadas “bios”.
Pelas redes sociais, o gabinete de Trump reforçou essa posição ao compartilhar a reportagem do The New York Times. “Pronomes na ‘bio’? Você pode ficar sem resposta”, publicou a conta oficial.
Trump já se manifestou diversas vezes contra o uso do pronome neutro. Assim que reassumiu a Presidência, ele assinou uma ordem executiva determinando que apenas os gêneros masculino e feminino sejam reconhecidos nos Estados Unidos.
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