Eles esticaram a corda e vão com ela até arrebentar 

Há momentos na história, pessoal ou coletiva, em que passamos de um ponto invisível e definitivo. Um ponto sem retorno.

Isso acontece quando os sinais foram ignorados, os alertas silenciados, e as escolhas erradas se acumulam como pedras lançadas ao abismo. Não há mais desculpas. Só consequências.

É esse o retrato do tempo em que vivemos.

É uma analogia que retrata o momento em que vivemos: eles esticaram a corda e vão com ela até arrebentar. É o que se chama de “não retorno”.

E sabe por quê? Porque já não existe saída ou retorno.

Existem decisões e passos tão mal calculados, que não há a mínima chance de qualquer retorno.

Há pessoas que queimaram as pontes pelas quais poderiam regressar, deixando apenas lembranças do que um dia foi uma ponte. Foram tão fundo no labirinto obscuro de suas almas que já não têm como voltar.

São viajantes que zarparam em navios sem bússola, movidos por impulsos da maré, e agora se veem em alto-mar, com as velas rasgadas pelas tempestades que eles mesmos invocaram e criaram. O porto seguro ficou tão distante que já é apenas uma miragem no horizonte.

Alguns plantaram sementes envenenadas em jardins alheios, acreditando que colheriam flores raras e cheias de mel.

Hoje, observam as ervas daninhas dominarem seu entorno, sem chance de podar ou minimizar o estrago, porque suas mãos estão manchadas pela seiva tóxica de seus próprios atos. Colhem o que eles mesmos plantaram.

Outros subiram montanhas íngremes e perigosas, empurrando para o abismo todos que poderiam alertá-los sobre o perigo de andar sobre cordas, tendo um desfiladeiro sem fundo como “chão” para protegê-los da queda.

São tão arrogantes que sequer escutam as vozes que ecoam: “Parem e deem um passo para trás…

Mas não darão…

Já esticaram a corda demais. Já avançaram demais.

Quando a corda se romper, porque ela uma hora romperá, gritarão em agonia e desesperados, mas não haverá quem lhes lance outra corda. Serão engolidos por suas próprias decisões imprudentes e arrogantes.

Eles fecharam todas as portas atrás de si, tornando impossível qualquer retorno.

Esticaram demais a corda sobre um desfiladeiro sem fim, confiando cegamente na própria sorte, ignorando o som das fibras se partindo, uma a uma. Ignoraram os sinais.

Agora, suspensos no vazio, sentem o peso de cada passo mal calculado, ouvindo apenas o silêncio abissal que ecoa lá embaixo e um lembrete apavorante, de que a Lei do Retorno não é seletiva, ela vem sobre todos.

Certas travessias, uma vez iniciadas sem prudência, não oferecem volta, apenas a queda.

Léo Vilhena

Autor

  • "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    O AUTOR | Fundador da Rede GNI, atuou como jornalista e repórter por 25 anos, com passagens pelas redações do Jornal Unidade CristãRevista MagazineRede CBCRede Brasil e Rede CBN/MS. Autor de diversos livros — impressos e e-books — recebeu o Prêmio de Jornalista Independente em 2017, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”. Também foi agraciado com três Moções de Aplausos, concedidas pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a chegar à Rodoferroviária de Curitiba, na madrugada de 5 de novembro de 2008, quando o corpo da menina Raquel Genofre foi encontrado abandonado sob a escada, dentro de uma mala.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    É formado em Teologia (Bacharelado, Mestrado e Doutorado), Psicologia (Bacharelado) e Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Realizou diversos cursos na área de Jornalismo, com destaque para o P-MBA em Inteligência Artificial para Negócios, pela Faculdade Saint Paul. Tem conhecimentos em Programação e Design, com domínio de WordPress, HTML e JavaScript.

    Aos 54 anos, é pai de sete filhos e avô de três netas. Atualmente, além de Editor-Chefe da Rede GNI, mantém a coluna Ponto de Vista, com artigos de opinião.


    NOTA | Para que fique bem claro: Utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos, APENAS, para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuações.

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