Como é “revolucionário” registrar o Comunismo e o Socialismo com um iPhone

Como é fabuloso defender as ideias comunistas, socialistas, marxistas e do proletariado, mas registrar essas defesas com um iPhone.

Como é bom registrar a luta contra o capitalismo com um iPhone 16 novinho em folha, comprado em 12 vezes sem juros no cartão de um banco ou financeira burguesa.

Nada como posar na frente de uma manifestação antissistema, com o logo da maçã brilhando na traseira, enquanto edita a legenda revolucionária no Instagram com filtro vintage. Afinal, combater a opressão fica muito mais estiloso com 512GB de memória e câmera quádrupla. A revolução será televisionada e filmada em 4K. Não pode esquecer de postar no X ou Instagram.

O revolucionário fica ainda mais revolucionista (neologismo, proposital), sacando um iPhone. Ainda mais se for em protestos calorosos na Paulista ou em Copacabana…

A revolução fica mais elegante…

Poucas ideias foram tão celebradas nas rodas intelectuais quanto a promessa do comunismo e do socialismo, ainda mais na Era digital. Afinal, quem poderia resistir ao apelo de uma sociedade onde todos são iguais especialmente quando essa igualdade é alcançada pela nobre arte de nivelar por baixo?

Não é à toa que, ao longo do século XX, multidões se encantaram com a perspectiva de abrir mão de suas posses em prol de um bem maior, geralmente administrado por uma vanguarda esclarecida e altruísta.

É impossível não admirar a eficiência com que regimes socialistas promoveram a distribuição de recursos…

A planificação econômica, por exemplo, foi um verdadeiro espetáculo de organização: filas homogêneas, prateleiras igualmente vazias e uma população unida pelo espírito de espera, da miséria e da fome.

A escassez, nesse contexto, não era um problema, mas sim uma prova cabal de que todos estavam juntos igualmente privados de excessos burgueses como carne, leite ou papel higiênico.

Os moradores de Cuba e Venezuela estão aí para provar o quanto essas ideias “revolucionárias” deram sertú #ContemIronia

No campo das liberdades individuais, o comunismo demonstrou uma criatividade ímpar. O conceito de liberdade de expressão foi reinterpretado com tamanha originalidade que, em certos países, tornou-se possível expressar qualquer opinião, desde que coincidente com a do partido, regime ou sistema.

O dissenso, sempre tão incômodo, foi gentilmente encaminhado para retiros prolongados em regiões inóspitas, onde o silêncio e a reflexão floresciam.

A meritocracia, essa relíquia capitalista, foi substituída por um sistema muito mais justo: a promoção automática de quadros fiéis ao regime. Afinal, competência técnica é superestimada diante da lealdade ideológica, não é mesmo? E que dizer do incentivo à inovação? Nada mais estimulante do que criar em um ambiente onde toda invenção pertence ao coletivo e, por extensão, ao Estado. Ainda mais, se registramos com um iPhone ou iPad dos “nojentos” capitalistas.

Por fim, é preciso reconhecer o legado duradouro dessas experiências.

O comunismo e o socialismo deixaram marcas profundas por onde passaram: economias em ruínas, sociedades traumatizadas e uma vasta coleção de piadas políticas. Mas, acima de tudo, deixaram uma lição valiosa: a igualdade forçada pode até não enriquecer ninguém, mas garante que todos compartilhem, democraticamente, as mesmas misérias.

Nada como ser um Comunista revolucionário de iPhone.

Léo Vilhena

*Foto de capa meramente ilustrativa

 

Autor

  • "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    O AUTOR | Fundador da Rede GNI, atuou como jornalista e repórter por 25 anos, com passagens pelas redações do Jornal Unidade CristãRevista MagazineRede CBCRede Brasil e Rede CBN/MS. Autor de diversos livros — impressos e e-books — recebeu o Prêmio de Jornalista Independente em 2017, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”. Também foi agraciado com três Moções de Aplausos, concedidas pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a chegar à Rodoferroviária de Curitiba, na madrugada de 5 de novembro de 2008, quando o corpo da menina Raquel Genofre foi encontrado abandonado sob a escada, dentro de uma mala.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    É formado em Teologia (Bacharelado, Mestrado e Doutorado), Psicologia (Bacharelado) e Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Realizou diversos cursos na área de Jornalismo, com destaque para o P-MBA em Inteligência Artificial para Negócios, pela Faculdade Saint Paul. Tem conhecimentos em Programação e Design, com domínio de WordPress, HTML e JavaScript.

    Aos 54 anos, é pai de sete filhos e avô de três netas. Atualmente, além de Editor-Chefe da Rede GNI, mantém a coluna Ponto de Vista, com artigos de opinião.


    NOTA | Para que fique bem claro: Utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos, APENAS, para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuações.

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