Trump diz ter ficado irritado com ataque da Ucrânia à casa de Putin

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (29) que ficou “muito irritado” ao ser “informado” pelo ditador da Rússia, Vladimir Putin, sobre o suposto ataque que a Ucrânia teria lançado com drones contra uma de suas residências, acusação que foi imediatamente negada por Kiev.

Trump disse que tomou conhecimento do suposto ataque durante uma ligação telefônica com Putin nesta manhã.

“Soube disso hoje pelo presidente Putin e fiquei muito irritado”, disse o presidente americano, acrescentando que “não é o momento certo” para um episódio desse tipo, caso a informação se confirme.

De acordo com a CNN, Trump ponderou que a acusação pode não ser verdadeira. “É possível que seja falso, mas o presidente Putin me disse isso hoje de manhã”, afirmou. O republicano destacou que “uma coisa é realizar ações militares no contexto do conflito” e outra, segundo ele, seria “atacar a casa de alguém”.

A alegação sobre o ataque partiu do regime russo. Conforme declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, a Ucrânia teria utilizado drones de longo alcance em um ataque direcionado a uma residência presidencial localizada na região de Novgorod. Segundo a diplomacia russa, não houve vítimas nem danos ao imóvel.

O Kremlin afirmou ainda, de acordo com a agência EFE, que o episódio pode levar Moscou a rever sua postura e acordos preliminares discutidos em rodadas anteriores das negociações de paz. O assessor de política internacional do regime russo, Yuri Ushakov, disse que Putin alertou Trump de que ações classificadas por Moscou como “terroristas” não ficariam sem resposta.

Kiev rejeitou categoricamente a acusação. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, trata-se de uma “história obviamente falsa” criada pela Rússia para justificar novos ataques e enfraquecer os avanços diplomáticos. Em mensagem publicada no Telegram, Zelensky acusou Moscou de tentar “romper com os progressos” alcançados pelas equipes negociadoras da Ucrânia e dos Estados Unidos.