Esquerda compara retirada de Glauber na Câmara à ditadura

Últimas atualizações em 10/12/2025 – 06:04 Por Gazeta do Povo | Feed


Políticos de esquerda criticaram a condução da polícia legislativa em sessão da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (9). Agentes retiraram à força o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora e houve corte do sinal da TV Câmara durante a confusão.

As cenas, consideradas de violência e autoritarismo por parlamentares, foram comparadas por eles ao período da ditadura militar.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi alvo das críticas por ter autorizado a ação da polícia legislativa para retirar Glauber, que se recusava a deixar a Mesa. Para o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), o episódio compromete a legitimidade dele no comando da Casa.

“Com esse episódio de hoje, Hugo Motta está perdendo as condições de ser presidente da Câmara. Ao tentar votar esse projeto de Anistia, Hugo está definitivamente enterrando qualquer história vinculada à democracia”, afirmou Lindbergh.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL-SP), que foi eleito para mandato parlamentar, elevou o tom e afirmou que nem mesmo durante a ditadura militar ocorreu algo semelhante no Parlamento.

“Hoje a Câmara viveu momentos autoritários que nem mesmo na ditadura aconteceu (SIC): expulsou a imprensa do plenário e interrompeu a transmissão da TV Câmara. No mesmo dia em que tentam aliviar a pena de Bolsonaro retiraram Glauber Braga à força da Mesa. Inaceitável! Minha solidariedade, Glauber!”, declarou Boulos.

Para a deputada Tabata Amaral (PSB-SB), as cenas percorrerão o mundo. “O que acabou de acontecer foi extremamente grave. Para que isso não fosse visto, foi retirada a imprensa e cortada a transmissão”, disse Tábata. Ela atribuiu o acontecimento à falta de punição a parlamentares bolsonaristas que ocuparam a Mesa.

Braga sentou-se na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e se recusou a deixá-la até que a Polícia Legislativa foi chamada e o retirou à força. Motta anunciou que a possível cassação de Glauber deve ser analisada até amanhã no plenário.

Cenas de luta na Câmara

A TV Câmara cortou a transmissão da sessão. Glauber resistiu e foi arrastado pelos policiais legislativos. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento da ação dos agentes.

Relatos de jornalistas presentes afirmam que a polícia legislativa agiu com extrema truculência no momento da retirada do parlamentar. Motta prometeu a averiguação dos fatos. “Determinei também a apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”, escreveu no X.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) emitiu uma nota de repúdio ao que chamou de “cerceamento“. “O impedimento do trabalho de jornalistas e o corte de sinal da TV Câmara são incompatíveis com o exercício da liberdade de imprensa”, disse a entidade.

Motta defendeu o uso da força e declarou que suas ordens foram uma forma de “defender o parlamento”. “Minha obrigação como presidente desta Casa é proteger o Parlamento. Foi isso que fiz ao seguir rigorosamente os protocolos de segurança e o regimento interno”, afirmou.

Veja imagens do momento em que Glauber Braga é retirado:

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