Irã critica desigualdade entre homens e mulheres e é ridicularizado
Últimas atualizações em 04/12/2025 – 17:46 Por Gazeta do Povo | Feed
Ali Khamenei, líder supremo do Irã, um dos países que mais reprimem mulheres no mundo, criticou países do Ocidente pela desigualdade salarial entre a população masculina e a feminina e foi ridicularizado no X.
Na quarta-feira (3), Khamenei fez uma série de posts na plataforma alegando que as mulheres têm uma vida melhor no país persa do que no Ocidente.
“A visão do Islã sobre as mulheres contrasta completamente com a do capitalismo ocidental. No Islã, a mulher tem independência, capacidade de se movimentar e progredir, e uma identidade própria. Mas não lá [no Ocidente]. A honra e a dignidade das mulheres não são respeitadas, e elas são vistas como um meio de exploração material”, escreveu o líder supremo do Irã.
Em outro post, Khamenei afirmou que, “em muitos países ocidentais hoje, as mulheres recebem menos que os homens para realizar o mesmo trabalho”. “Essa é a realidade atual, o que é totalmente injusto”, acrescentou.
Outros usuários do X responderam prontamente: uma nota de leitores adicionada ao post lembrou que a desigualdade entre homens e mulheres no Irã é maior do que em qualquer país do Ocidente.
A nota anexou um link do site World Population Review, com dados sobre igualdade de gênero, um indicador que leva em conta participação e oportunidades econômicas, nível de escolaridade, saúde e expectativa de vida e empoderamento político.
Os cinco países com maior igualdade de gênero no World Population Review são todos do Ocidente: Islândia (0,935 – quanto mais próximo de 1, menor a desigualdade), Finlândia (0,875), Noruega (0,875), Nova Zelândia (0,835) e Suécia (0,816). O índice do Irã ficou em 0,579.
Um relatório divulgado pelo Centro de Direitos Humanos do Irã apontou que ao menos 50 estabelecimentos, como cafés, restaurantes, salões de casamento e boutiques de roupas, foram fechados pelas autoridades iranianas entre o final de junho e o início de outubro por atenderem mulheres sem o hijab, o véu islâmico.
Em setembro de 2022, a jovem Mahsa Amini, então com 22 anos de idade, foi morta sob a custódia da Polícia da Moralidade do Irã depois de ter sido presa por acusações de “uso inadequado” do hijab.
Grandes protestos foram realizados no Irã devido à morte de Amini, aos quais o regime dos aiatolás respondeu com intensa repressão – o que motivou sanções dos Estados Unidos.
Em seguida, o Parlamento iraniano aprovou uma lei, criticada por governos e ONGs de defesa dos direitos humanos em todo o mundo, que prevê punições mais rígidas para empresas que não aplicarem as regras de uso do véu e mulheres que não o utilizarem, como penas de até 15 anos de prisão, fechamento de estabelecimentos, multas pesadas e proibição de deixar o país.
Apesar do governo do Irã ter suspendido a vigência da lei, outras normas que regem o uso do hijab seguem vigorando no país e servem de base para violência e perseguição contra mulheres.
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