Ramagem desafia Moraes e diz que extradição passará por juiz dos EUA
Últimas atualizações em 01/12/2025 – 09:11 Por Redação GNI
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 16 anos de prisão por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, desafiou o ministro Alexandre de Moraes a enviar aos Estados Unidos o pedido de extradição. Desde setembro, Ramagem está em território norte-americano e é considerado foragido pela Corte.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais neste fim de semana, o parlamentar declarou que só voltará ao Brasil se o caso for avaliado por um juiz federal americano. Ele afirmou ainda que sua entrada nos Estados Unidos ocorreu com o conhecimento do governo local e que se sente seguro no país.
“Traga para análise dos americanos essa ação do golpe. Veremos uma resposta firme dos norte-americanos sobre o que é uma juristocracia, uma ditadura, uma arbitrariedade que assola o Brasil hoje”, declarou.
A prisão de Ramagem foi decretada por ordem de Moraes após solicitação da Polícia Federal, que investiga de que forma o deputado deixou o país. Ele não tinha autorização judicial para viajar e tampouco havia recebido permissão da Câmara dos Deputados para participar de missão oficial. O Legislativo informou ainda que o parlamentar apresentou sucessivos atestados médicos cobrindo o período de setembro a dezembro.
“Se Alexandre de Moraes quiser solicitar minha extradição, terá de encaminhar para um juiz federal americano toda a ação relacionada ao chamado golpe”, afirmou Ramagem na gravação.
O deputado declarou ter sido acolhido pelo governo Trump e disse estar nos Estados Unidos com o “conhecimento e anuência” das autoridades locais. Segundo ele, permanece no país com tranquilidade e respaldo político, em contraste com o que classifica como perseguição no Brasil.
Para que o pedido de extradição avance, o STF precisa notificar o governo brasileiro, responsável pelos trâmites diplomáticos junto aos Estados Unidos. A decisão final caberá ao governo do presidente Donald Trump.
O desfecho, contudo, pode não ser favorável ao Brasil. Em 2021, os Estados Unidos rejeitaram o pedido de extradição do jornalista Allan dos Santos, ao entender que os crimes de calúnia, injúria e difamação — base do processo — não se enquadravam entre os passíveis de extradição pelo tratado bilateral entre os dois países.

