Steven Seagal: do sucesso ao fracasso
A controversa carreira do maior astro dos filmes de luta
Últimas atualizações em 28/11/2025 – 13:44 Por Redação GNI
A carreira de Steven Seagal foi meteórica, do sucesso ao fracasso. Ator apenas mediano, mas exímio praticante de artes marciais, ele começou com filmes de grande impacto. Suas primeiras obras apostavam em tramas policiais, investigações tensas, roteiros bem estruturados, direções cuidadosas e fotografias impressionantes. Esse período de brilho intenso se estendeu de 1988 até 1996, quando ainda parecia haver combustível criativo o bastante para manter seu nome entre os grandes do cinema de ação.
Depois desse ciclo, porém, o declínio foi inevitável. As produções passaram de medianas para francamente ruins, flertando com o território do constrangimento cinematográfico. Críticos costumam ironizar dizendo que, a partir de 1996, Steven Seagal filmou apenas para pagar planos de saúde e os inúmeros processos nos quais se envolveu, alguns com acusações graves, incluindo estupro. Sua imagem pública, antes ligada ao herói implacável, acabou se dissolvendo em meio a polêmicas, escolhas profissionais questionáveis e filmes que pareciam feitos às pressas.
Ainda assim, seu nome permanece como uma espécie de vestígio da era em que o cinema de ação tinha outro ritmo e outro sabor. Há quem revisite seus primeiros títulos como quem abre um álbum de fotos antigas, reencontrando uma energia que hoje soa distante, mas ainda pulsa em algum canto da memória coletiva. No fim das contas, a trajetória de Seagal lembra que o auge é sempre breve e que o tempo, silencioso e implacável, cobra seu preço sem pedir licença.
Após o fim da chamada era de ouro, a trajetória profissional de Seagal tomou rumos cada vez mais atípicos. O astro que antes ocupava salas lotadas passou a aceitar trabalhos de orçamentos reduzidos e lançamentos diretos em vídeo, mercados que exigiam rapidez e pouco acerto narrativo. Essa mudança não ocorreu apenas por escolhas artísticas. As controvérsias fora das telas afetaram a imagem pública do ator e reduziram sua força de atração no circuito comercial.
Paralelamente, Seagal explorou outros caminhos: assumiu funções de produtor, dirigiu filmes e buscou parcerias internacionais, encontrando audiências menores em países estrangeiros e plataformas de nicho. A crítica especializada perdeu interesse e o público massivo migrou para novas estrelas.
Hoje, a figura de Seagal provoca reações divididas. Para uns ele é um relicário de ação dos anos 90, uma memória de combates coreografados e presenças de tela imponentes. Para outros representa um caso de queda reputacional em que o talento técnico não foi suficiente para compensar problemas pessoais e escolhas profissionais.
Independentemente de simpatias ou inimizades, sua carreira serve como lembrete incômodo: fama e sucesso são frágeis, e o legado de um artista depende tanto de seus feitos nas telas quanto de suas atitudes fora delas.
FILMES ANTOLÓGICOS
- Nico – Acima da Lei (1988)
- Marcado Para a Morte (1990)
- Difícil de Matar (1990) – O melhor de sua carreira
- Fúria Mortal (1991)
- Glimmer Man – O Homem das Sombras (1996)
FILMES MUITO BONS
- A Força em Alerta (1992)
- Em terreno Selvagem (1994)
- A Força em Alerta 2 (1995)
- Momento Crítico (1996)
A partir de 1996, os filmes passam de medianos para irrelevantes, as produções passaram de medianas para francamente ruins, flertando com o território do constrangimento cinematográfico, sem que qualquer novo título alcance grande sucesso de bilheteria ou de público, como se a chama que um dia iluminou sua carreira tivesse entrado em um lento processo de apagamento.
ESTUPRO
Steven Seagal enfrentou acusações de estupro e assédio sexual feitas por diferentes mulheres ao longo dos anos. É um tema pesado, que merece ser tratado sem floreios.
Entre 2017 e 2018, durante a onda de denúncias em Hollywood, atrizes como Portia de Rossi, Julianna Margulies e Jenny McCarthy relataram episódios de assédio envolvendo o ator. Além disso, duas mulheres o acusaram formalmente de estupro, caso que chegou a ser investigado pela polícia de Los Angeles. A promotoria não avançou com o processo, citando falta de evidências suficientes para levar adiante naquele momento, mas as acusações seguiram como manchas profundas na trajetória dele.
A carreira de Seagal, que um dia brilhou como um astro de ação quase mítico, passou a carregar esse peso no casco. Esses relatos lembram que fama não absolve ninguém e que a indústria do entretenimento, por trás da cortina de luzes, também abriga sombras espessas.
Léo Vilhena


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