EUA anunciam que vão classificar o “Cartel de los Soles” como terrorista
Cartel ligado a Nicolás Maduro, será classificado como organização terrorista
Últimas atualizações em 17/11/2025 – 08:22 Por Redação GNI
Washington, 17 de novembro de 2025 — Os Estados Unidos deram mais um passo agressivo em sua estratégia contra o regime de Nicolás Maduro: o governo americano confirmou a intenção de designar o Cartel de los Soles (“Cartel dos Sóis”), liderado pelo próprio presidente venezuelano, como uma Foreign Terrorist Organization (FTO, organização terrorista estrangeira). A medida será formalizada a partir do dia 24 de novembro, segundo anúncio do secretário de Estado, Marco Rubio.
O que diz o governo dos EUA
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, por meio do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), o Cartel de los Soles é chefiado por Maduro e outras figuras de alto escalão do regime venezuelano.
Segundo os americanos, o cartel oferece “apoio material” a outros grupos já designados como terroristas, como a gangue venezuelana Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, do México.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a ação “exposa ainda mais a facilitação do narcoterrorismo por parte do regime ilegítimo de Maduro”.
Já Marco Rubio, por sua vez, declarou que Maduro “não representa o governo legítimo da Venezuela” — para ele, Maduro é “o chefe de um cartel narco-terrorista” que “tomou posse do país”.
Repercussão internacional
A iniciativa americana provocou reação não só dentro dos EUA, mas também em outros países latino-americanos. Quatro nações latino-americanas já declararam o Cartel de los Soles como organização terrorista.
No Equador, o presidente Daniel Noboa classificou formalmente o Cartel de los Soles como “grupo terrorista de crime organizado”, argumentando que representa uma ameaça à soberania e à ordem estatal.
Contexto estratégico e militar
A designação dos EUA é parte de uma estratégia mais ampla de combate ao narcotráfico. Desde setembro de 2025, a Marinha americana intensificou operações no Caribe, com ataques a embarcações suspeitas de traficar drogas. Segundo o Pentágono, essas operações visam redes que os EUA consideram “narcoterroristas”.
Especialistas e diplomatas veem na medida não apenas uma campanha antinarcóticos, mas também um forte instrumento de pressão política contra o regime de Maduro.
Desafios legais e políticos
A classificação de um cartel como organização terrorista é complexa. Por um lado, abre caminho para sanções mais duras, congelamento de ativos, proibição de apoio financeiro e prisão de quem colaborar com o grupo. Por outro, levanta questões legais sobre uso de força militar e definição de “terrorismo narcótico”. Críticos alertam para riscos de escalada geopolítica, uso de justificativas legais duvidosas e impacto sobre civis venezuelanos.
Além disso, o governo Maduro deve reagir com veemência. O regime já negou repetidamente todas as acusações de participação direta no tráfico, considerando-as parte de uma campanha difamatória.
O que isso significa para a região
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Pressão internacional sobre a Venezuela: a medida reforça o isolamento diplomático de Maduro e amplia o cerco financeiro sobre pessoas ligadas ao seu governo.
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Precedente perigoso: se mais cartéis latino-americanos forem classificados como terroristas, isso pode legitimar operações militares ou sanções agressivas em nível regional.
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Sinal para o crime organizado: ao tratar narcotraficantes como terroristas, os EUA indicam que os cartéis não são apenas problema de segurança pública, mas ameaça à ordem internacional.
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Tensão para aliados da Venezuela: países alinhados com Caracas devem acompanhar atentamente os desdobramentos, especialmente se houver escalada militar ou retaliações.
Essa designação representa uma virada histórica na política externa americana em relação à Venezuela. É uma aposta alta: os EUA buscam desestabilizar financeiramente o regime de Maduro e cortar seu suposto envolvimento no narcoterror. Mas, ao mesmo tempo, arriscam um conflito regional mais amplo, com impactos imprevisíveis.
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