EUA e Venezuela vivem seu momento mais crítico em décadas

Ataque parece ser iminente

Últimas atualizações em 12/11/2025 – 09:12 Por Redação GNI

A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela atinge seu ponto mais alto desde o início da década. O governo de Nicolás Maduro ordenou a mobilização total das Forças Armadas, enquanto Washington posiciona navios de guerra e aeronaves próximas ao território venezuelano, elevando o temor de um conflito militar na região.

De acordo com reportagens da Reuters e da Al Jazeera, Caracas iniciou o que chama de “implantação massiva de defesa nacional”, envolvendo tropas terrestres, unidades navais, caças e brigadas de mísseis. Milícias civis ligadas ao regime também foram convocadas para atuar em caso de invasão.

“Estamos prontos para defender cada palmo de nossa pátria. Se tocarem na Venezuela, responderemos com dignidade e fogo”, declarou Maduro em pronunciamento transmitido pela televisão estatal.

Enquanto isso, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, a maior embarcação militar do mundo, entrou na área do Caribe. Fontes do Departamento de Defesa norte-americano confirmaram o deslocamento, mas negaram que haja uma decisão definitiva sobre uma ofensiva.

Segundo a imprensa americana, o presidente Donald Trump ainda não autorizou uma operação terrestre. Assessores próximos afirmam que o governo estuda “todas as opções”, incluindo ataques aéreos pontuais contra alvos militares ou de narcotráfico vinculados ao regime de Maduro.

Clima de guerra e incerteza

A movimentação militar americana ocorre após uma série de incidentes no Pacífico, quando embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas foram atacadas por forças dos EUA. Washington acusa a Venezuela de proteger redes criminosas com vínculos com cartéis e grupos terroristas regionais.

Em resposta, Caracas intensificou os exercícios militares e ordenou que a população civil se prepare para o que chamou de “resistência popular armada”. Fontes internas admitem, porém, que o país enfrenta sérias limitações de equipamento e logística, o que torna improvável uma resistência prolongada em caso de guerra convencional.

“Não temos combustível, peças de reposição nem comunicação integrada. Se houver um ataque de grande escala, restará apenas a guerra de guerrilha”, afirmou um oficial venezuelano à Reuters, sob anonimato.

Estratégia ou prelúdio de invasão?

Analistas internacionais acreditam que os movimentos de Washington têm, por ora, um caráter dissuasório. A estratégia seria pressionar Maduro por meio de demonstração de força, antes de uma ação direta.

“É um jogo de nervos. Trump quer mostrar poder sem necessariamente cruzar a linha do confronto total”, avalia o especialista em relações internacionais David Smilde, da Universidade de Tulane.

Ainda assim, a presença de um porta-aviões americano a poucas milhas da costa venezuelana tem sido interpretada como sinal inequívoco de que algo está sendo preparado.

Caso um ataque ocorra, especialistas preveem impactos profundos para toda a América Latina: colapso migratório, ruptura diplomática e risco de envolvimento indireto de países aliados, como Cuba, Rússia e China.

Um tabuleiro em movimento

Entre bravatas e manobras reais, o conflito entre EUA e Venezuela avança por uma zona cinzenta onde diplomacia e força militar se confundem. A América Latina observa com apreensão — e com a sensação de que uma faísca pode acender uma nova crise hemisférica.

Por enquanto, o mundo espera para saber se o impasse terminará na mesa de negociações ou no som das sirenes de guerra.

Brasília | Léo Vilhena | Rede GNI

Redação GNI

A Rede GNI é uma Agência de Notícias independente fundada em 2010 visando ser imparcial e apartidária, levamos muito a sério as notícias e checamos as fontes de cada notícia. Lutamos diariamente para oferecer o melhor aos nossos leitores. Recebemos o Prêmio da União Brasileira de Profissionais de Imprensa. A reprodução de nossas reportagens é autorizada mediante citação da fonte: Creative Common.

error: CONTEÚDO PROTEGIDO

AJWS   ThemeGrill   Wordpress   Cloudflare   Wordfence   Wordfence