Motta sinaliza que não acredita em culpa de Bolsonaro por 8/1 ou suposto golpe
Últimas atualizações em 16/10/2025 – 12:28 Por Gazeta do Povo | Feed
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-SP), acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter tido apenas um papel de “conivência” com os atos de 8 de janeiro de 2023, mas longe de uma “atuação” em supostamente liderar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no mês passado, a 27 anos de prisão com a alegação de que teria liderado um plano para se manter no Poder. No entanto, para Motta, quem realmente pode ter tido essa intenção foram oficiais do Exército e parte da população insatisfeita com a eleição.
“Essas pessoas, os generais, […] tinham sim o desejo talvez de retomar o Poder. O papel do ex-presidente Bolsonaro temos que olhar com um outro ângulo, porquê o presidente estava fora do país. Ele foi embora do país, não estava aqui tramando. Não tem como você dar um golpe estando em outro país”, disse em entrevista à GloboNews na noite desta quarta (15).
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Motta afirma que é preciso diferenciar os papéis de “conivência” e de “atuação” para não se cometer injustiças na análise da suposta participação ou não de Bolsonaro no alegado plano. Ele ainda afirmou que é um “exagero” dizer que todas as pessoas que participaram dos atos de 8 de janeiro de 2023 realmente tinham a intenção de dar um golpe de Estado.
“Tinham pessoas sim que queriam dar um golpe. Agora, dizer que todas aquelas pessoas que estavam ali organizadas pra dar um golpe, acho que é um exagero nisso”, disse citando o apoio ao chamado “PL da Dosimetria”, que pretende revisar as penas impostas aos condenados.
Para ele, essa revisão é necessária para “que se coloque no lugar devido quem teve um papel central nessa organização e quem estava ali muito mais como manifestante ou pessoa revoltada e que agiu de maneira grave”. “E que merece ser punida por aquilo sem nenhum exagero”, completou.
Hugo Motta ainda pontuou que decidirá qual eventual candidato à presidência em 2026 irá apoiar somente depois que seu partido definir. Ele é da mesma sigla do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, forte cotado para disputar o Planalto contra uma possível candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na mesma entrevista, o presidente da Câmara dos Deputados reafirmou ser contrário à atuação parlamentar de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à distância e que as faltas dele às sessões presenciais estão sendo computadas.
“É incompatível o exercício de mandato sem a presença no país. É constitucional, é regimental. O exercício do mandato parlamentar tem que se dar de maneira física, presente. A situação do deputado Bolsonaro está caminhando com as faltas que ele está levando e nós daremos a ele o tratamento regimental”, disparou.
Desde que a licença de Eduardo se encerrou, no final do mês de julho, Motta tem criticado as tentativas de articulação do parlamentar para forçar uma mudança no regimento interno da Câmara para permitir a participação e votação remota nas sessões, assim como ocorreu durante o período da pandemia da Covid-19. O presidente da casa rotineiramente se manifesta contrário, o que levou a reações do parlamentar.
“Eu fui coagido a ficar nos EUA, porque a instituição que eu pertenço não consegue garantir meus direitos e liberdades contra o regime de exceção. Hugo Motta deveria saber bem o que é isso, afinal, também está sendo ameaçado pelo regime, que pegou seus parentes como reféns para usar como meio de chantagem e impedir a anistia”, afirmou Eduardo Bolsonaro em meados de agosto.
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