Presidente de Madagascar foge do país após protestos da Geração Z
Últimas atualizações em 13/10/2025 – 11:52 Por G1 Mundo
O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, na semana passada
REUTERS/Siphiwe Sibeko
Autoridades de Madagascar anunciaram nesta segunda-feira (13) que o presidente Andry Rajoelina fugiu do país neste domingo (12), depois que militares rebeldes assumiram o controle das Forças Armadas.
Siteny Randrianasoloniaiko, líder da oposição no Parlamento, contou à agência de notícias Reuters que Rajoelina deixou Madagascar depois que unidades do exército desertaram e se juntaram aos manifestantes da Geração Z, que vem realizando protestos pelas ruas do país desde 25 de setembro.
“Ligamos para a equipe da presidência e eles confirmaram que ele deixou o país”, disse ele, acrescentando que o paradeiro atual do presidente ainda é desconhecido.
Uma fonte militar disse à Reuters que Rajoelina deixou o país em um avião militar francês e, de acordo com a rádio francesa RFI, ele fechou um acordo com o presidente Emmanuel Macron.
O gabinete do presidente, que havia dito anteriormente à agência de notícias que Rajoelina se dirigiria à nação às 19h desta segunda-feira, não respondeu aos pedidos para comentar a fuga.
Com a saída do presidente do país, quem irá assumir suas funções até que novas eleições sejam realizadas é o presidente do Senado.
O atual, foco de indignação pública durante os protestos, foi destituído de suas funções nesta segunda e um novo nome já foi indicado para ocupar seu lugar temporariamente, informou a casa em um comunicado: Jean André Ndremanjary.
Tropas se juntaram aos manifestantes
Militares rebeldes em Madagascar dizem que assumiram comando das Forças Armadas
O anúncio do Exército de Madagascar sobre a tomada de poder das Forças Armadas do país ocorreu pouco depois de Andry Rajoelina denunciar uma “tentativa ilegal de tomada do poder”.
Os militares declararam, em vídeo, que “todas as ordens do exército malgaxe, sejam terrestres, aéreas ou marítimas, partirão do quartel-general do CAPSAT”, sigla que identifica o contingente de oficiais administrativos e técnicos.
Em comunicado publicado nas redes oficiais, o governo afirmou que estava em curso “uma tentativa ilegal e violenta de tomada do poder” e que o presidente defendia “o diálogo como saída para a crise”.
Manifestantes se reúnem ao redor de um veículo militar em Antananarivo, capital de Madagascar, durante um protesto nacional liderado por jovens contra os frequentes cortes de energia e a escassez de água
Zo Andrianjafy/Reuters
Protestos crescentes
No sábado (11), o grupo de militares havia se juntado a manifestantes antigovernamentais em Antananarivo, capital da ilha localizada no oceano Índico. A cidade registrou os maiores protestos desde o início das manifestações da chamada Geração Z, em 25 de setembro.
O movimento começou por causa de cortes de água e eletricidade, mas rapidamente se ampliou para críticas à corrupção, aos líderes políticos e à falta de oportunidades no país.
Grupos de soldados de Madagascar se juntaram a milhares de manifestantes na capital em 11 de outubro de 2025, após anunciar que recusariam qualquer ordem de atirar nos manifestantes.
LUIS TATO / AFP
Uma unidade da gendarmerie (força paramilitar), que até então atuava junto com a polícia para conter os protestos, também rompeu com o governo. Em comunicado transmitido pela emissora Real TV, o grupo afirmou que “qualquer uso de força ou comportamento impróprio contra cidadãos está proibido”, ressaltando que a corporação “existe para proteger o povo, não para defender os interesses de poucos indivíduos”.
Madagascar, um dos países mais pobres do mundo, tem histórico de frequentes levantes populares desde que se tornou independente da França, em 1960. Entre eles, destacam-se os protestos de 2009, que forçaram o então presidente Marc Ravalomanana a deixar o cargo e abriram caminho para o primeiro mandato de Andry Rajoelina. O atual presidente foi reeleito em 2018 e novamente em 2023, em pleitos marcados por contestações e boicote da oposição.
Soldados de Madagascar se unem a manifestantes
LUIS TATO / AFP
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