Parlamentares pedem que EUA reconheçam Estado palestino

Quarenta e sete representantes democratas do Congresso americano enviaram na última sexta-feira (26) uma carta endereçada ao presidente Donald Trump e ao secretário de Estado, Marco Rubio, pedindo que os Estados Unidos reconheçam o Estado palestino.

O documento, que veio a público através do deputado Ro Khanna, argumenta que a Casa Branca precisa tomar medidas para lidar com a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, bem como alegam que o governo liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tenta minar um potencial Estado palestino.

Os democratas condenam a possibilidade de anexação da Cisjordânia e de Gaza, ressaltando que políticos israelenses têm feito apelos nesse sentido. Também argumentam que os governos passados reconheceram que era necessário cumprir os direitos nacionais do povo palestino.

“Assim como as vidas dos palestinos devem ser imediatamente protegidas, seus direitos como povo e nação também devem ser urgentemente reconhecidos e defendidos”, diz um trecho da carta.

Os democratas incentivaram outros estados a também reconhecerem um Estado palestino, seguindo o exemplo da França, Reino Unido, Austrália e Canadá — países que optaram por reconhecer a Palestina, em anúncio feito na Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada.

O congressista democrata Ro Khanna (meio) fala em um ato de campanha pró-Biden, em 20 de janeiro de 2024, em Concord, New Hampshire (EUA). (Foto: EFE/ Octavio Guzmán)

“Mais de 150 países reconhecem o Estado palestino. Esta é uma questão moral. Não podemos ficar isolados do restante do mundo livre. Precisamos defender a dignidade e os direitos do povo palestino. É por isso que estou pressionando para que os Estados Unidos também reconheçam o Estado palestino”, disse o deputado pela Califórnia Ro Khanna.

Na carta, os representantes do Congresso garantiram que o possível Estado palestino seria obrigado a reconhecer Israel por completo, adotar uma estrutura de segurança e desarmar e remover o Hamas do poder em Gaza.

No último sábado (27), Khanna, na Convenção Nacional Árabe-Americana, afirmou que mais democratas deveriam ter assinado a carta, questionando a postura de seus colegas partidários quanto a questão palestina, sobretudo agora que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estava “anexando a Cisjordânia e apagando a identidade palestina”.

“Se este partido não tiver clareza moral sobre as questões de Gaza, sobre as aspirações nacionais palestinas e sobre a criação de um Estado, sobre a questão de não ter armas militares que estão matando mulheres e crianças e deixando pessoas de fome em Gaza, não teremos a visão moral necessária para reconquistar a confiança do povo americano”, disse Khanna ao fundador do The Young Turks, Cenk Utgyr, de acordo com uma transmissão ao vivo do BreakThrough News . “Precisamos de uma transformação do nosso próprio partido.”

O congressista classificou ainda como arrogante o fato de políticos americanos não reconhecerem um Estado palestino quando tantos membros da comunidade internacional já haviam se comprometido a reconhecer a entidade, afirmando que isso colocava o país ao lado do “pária na opinião mundial [Israel]”.