Graeml fortalece pré-candidatura ao Senado ao lado de Moro
Últimas atualizações em 26/09/2025 – 16:19 Por Gazeta do Povo | Feed
A jornalista Cristina Graeml se filiou ao União Brasil, nesta sexta-feira (26), poucos dias após o senador Sergio Moro assumir a liderança do partido no Paraná — o deputado federal Felipe Francischini renunciou ao cargo de presidente no início de setembro. O movimento reforça a pré-candidatura dela ao Senado nas eleições de 2026, agora fortalecida ao dividir o palanque com o hoje favorito ao Executivo estadual na intenção de voto do eleitor.
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No evento de filiação, Graeml e Moro deixaram claro que o objetivo dessa aproximação é somar esforços para o pleito, partindo da ideia de que juntos são mais fortes. Além disso, para a ex-candidata à prefeitura de Curitiba, é a oportunidade de chegar a uma sigla com musculatura local e nacional — a federação do União Brasil com o Progressistas tem a maior bancada da Câmara dos Deputados.
A chegada de Graeml ao União Brasil ocorre sete meses após a filiação dela ao Podemos do ex-senador Alvaro Dias. Entretanto, a proximidade do partido com o grupo político do governador paranaense Ratinho Junior (PSD), que inclui o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), inviabilizou a continuidade dela no Podemos.
Pimentel venceu Graeml no ano passado em um segundo turno marcado por acusações e debates tensos. Ele foi eleito com 57,64% dos votos válidos contra 42,36% da jornalista. No total, ela somou 390.254 votos, mesmo filiada na ocasião a um partido nanico, o PMB.
O capital político conquistado por Graeml em Curitiba não foi ignorado pelo senador Sergio Moro, que vê nela uma força importante no campo da direita e do conservadorismo para 2026. “Na sua campanha [à prefeitura] vimos um pouco da história da cavaleira solitária, empunhando as armas, com suas qualidades contra um mundo político que estava do outro lado. E me identificava com essas condições, porque na minha carreira política também buscaram me isolar dessa tentativa de defender algumas das nossas pautas”, declarou Moro.
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“Eu venho trabalhando na pré-candidatura [ao Senado] desde fevereiro. E ouvindo da população paranaense um desejo enorme de um Paraná forte, com novas lideranças políticas; o nome do senador Sergio Moro entrou nesse contexto. Nós começamos uma conversa no segundo turno da campanha municipal e agora houve esse alinhamento mais recente”, contou Graeml.
Com o União Brasil e Moro como candidato ao governo do Paraná, Graeml terá musculatura partidária que lhe faltou na campanha de 2024. Além do próprio partido, há a possibilidade de uma caminhada junto ao Progressistas, que no estado é liderado pela família Barros, representada pelo deputado federal Ricardo Barros e pela deputada estadual Maria Victoria.
Apesar da possibilidade de a ex-governadora Cida Borghetti — esposa de Ricardo Barros — concorrer ao governo do estado, Moro já declarou que deseja tentar o Palácio do Iguaçu — sede do governo local — ao lado do Progressistas. Um cenário que dá ainda mais corpo à potencial candidatura de Graeml ao Senado.
“Nessa jornada que venho fazendo desde 2023, quando fui procurada pela população paranaense para tentar um cargo público, não tinha como fechar os olhos para essa oportunidade”, disse a jornalista.
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Moro e Cristina Graeml juntos contra o PT e Ratinho Junior
As principais pautas que unem Sergio Moro e Cristina Graeml estão na oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de um projeto local, o grande objetivo é tirar o PT do Executivo Nacional e povoar o Congresso Nacional com representantes da direita. Consequentemente, isso significa um embate direto contra Ratinho Junior e seu grupo político.
O governador do Paraná ainda não definiu quem será o candidato para sucedê-lo na disputa à administração pública estadual — Guto Silva (PSD), Alexandre Curi (PSD) e Paulo Martins (Novo) são os mais cotados. Tampouco decidiu se concorrerá à Presidência da República ou ao Senado. Seja qual for o caminho, terá de bater de frente com Moro e Graeml.
A um ano da eleição, sem uma definição clara dos rumos que Ratinho Junior tomará, a dupla Moro-Graeml larga em vantagem. E isso fica evidente em pesquisas recentes que colocam os dois como fortes candidatos ao governo e ao Senado, respectivamente.
De acordo com uma pesquisa da Neokemp, de 4 de setembro, Moro lidera os cenários estimulados, contra quem quer que seja do grupo de Ratinho Junior. Nas simulações de segundo turno, o senador abre vantagem significativa para os oponentes.
No caso do Senado, Cristina Graeml fica entre os dois candidatos mais citados em todos os cenários estimulados — em 2026 serão disputadas duas cadeiras para senador, quando terminam os mandatos de Flávio Arns (PSB) e Oriovisto Guimarães (PSDB).
No Podemos, a ex-candidata à prefeitura de Curitiba havia iniciado uma romaria pelo interior do Paraná. Segundo ela, visitou 65 cidades desde o início do ano e vem conversando com lideranças locais de várias regiões do estado para buscar apoios e amplificar as pautas que considera importantes não só em âmbito nacional, mas também para receber demandas locais que precisem passar por Brasília.
“Eu tenho o desejo de visitar até outubro do ano que vem as 399 cidades do Paraná. Já pretendo fechar 100 cidades até dezembro deste ano. E, claro, que ano que vem a ideia é intensificar isso, reduzindo o trabalho com o jornalismo”, adiantou Graeml.
E é exatamente no interior onde o governador Ratinho Junior tem mais força. Não só ele, mas também seus aliados mais próximos, como Guto Silva e Alexandre Curi. Isso exigirá um trabalho mais firme de Moro e, quem sabe, da família Barros, para angariar votos. De qualquer forma, o senador minimiza o embate com o atual governador. “Não somos oposição um do outro. O governador não decidiu quem vai apoiar para a sucessão dele e vamos respeitar as opções dele. Os nossos adversários são claros: o PT e os que giram em torno do PT”, disse Moro.
Metodologia da pesquisa citada: 1.008 entrevistados pela Neokemp Pesquisas, em 103 cidades do estado do Paraná, entre os dias 02 e 03 de setembro de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 3,1 pontos percentuais.
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