a despedida de Barroso do STF

No programa Última Análise desta quinta-feira (25), os convidados falaram a respeito da chorosa despedida do ministro Luís Roberto Barroso da presidência do STF. A sessão, marcada por elogios, homenagens recíprocas e exaltação da Corte, foi a última comandada por Barroso como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). No próximo dia 29, o ministro Edson Fachin assumirá a presidência do STF, com o ministro Alexandre de Moraes como vice.

“Embora a gente já tenha visto ministros se emocionando em público, outros se portaram ao longo do tempo como verdadeiras rochas. Hoje estes ministros mais sisudos compartilharam suas emoções. Eu tendo a interpretar como um sinal de receio e de um ambiente triste”, avalia o professor da FGV Daniel Vargas.

Em seu discurso, o ministro Gilmar Mendes elogiou largamente o colega Alexandre de Moraes, a quem atribiu um “papel singular, sem exagero, quase ou verdadeiramente heroico” na defesa da democracia brasileira. Os dois demonstraram visível comoção.

“Todo esse choro revela muito mais um desespero por aquilo que estão perdendo. Tudo o que fizeram para salvar a democracia, no fundo, não resultou naquilo que eles queriam. Eles podem ter prendido muita gente, mas a situação do país não mudou nada”, avaliou o escritor Francisco Escorsim. Segundo ele, só mesmo no “mundo de faz de conta” dos ministros que algo mudou.

Magnitsky chega à esposa de Moraes

O site do escritório Barci de Moraes Sociedade de Advogados foi retirado do ar nesta quinta-feira (25). O vereador de Curitiba Rodrigo Marcial (Novo) havia feito uma denúncia ao provedor de hospedagem da página, informando sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes.

O ex-juiz de Direito Adriano Soares da Costa explica que a razão por trás da Lei Magnitsky é justamente a de isolar o ministro. “A lógica da Magnitsky é deixar a pessoa sancionada como radioativa. Radioativa para os fornecedores, para os clientes e para as instituições financeiras. A pessoa fica encapsulada na própria sanção. Quem se aproxima dela pode também sofrer conseqências”, ele explica.

Careca do INSS: a conturbada audiência

O depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, gerou bate-boca, gritaria e confusão na sessão Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. O deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) chegou a afirmar que Antônio seria um “sério candidato” à pena de morte ou perpétua, caso houvesse previsão legal.

Segundo Escorsim, “a CPI sempre é um grande circo e que nunca dá para levar muito a sério”. O escritor criticou os congressistas por, no mais das vezes, estarem falando para uma plateia e usando do Congresso Nacional como um “palco para você fazer uma boa interpretação”.

O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.