Site do escritório da esposa de Moraes fica offline após denúncia

O site do Escritório Barci de Moraes Sociedade de Advogados foi retirado do ar nesta quinta-feira (25). O vereador de Curitiba Rodrigo Marcial (Novo) fez uma denúncia ao provedor de hospedagem da página, informando sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Até esta tarde, não era possível acessar o site A denúncia foi protocolada junto ao compliance da empresa Hostinger International, responsável pelo registro do domínio do site do escritório. À Gazeta do Povo, o vereador relatou que em “menos de 24 horas após o protocolo, a empresa de hospedagem retirou o site do ar”.

Segundo Marcial, embora o provedor seja europeu, ele também possui operações nos Estados Unidos e, portanto, estaria sujeito às restrições. “Qualquer brasileiro que identificar serviços estrangeiros sendo usados pelo casal pode denunciar, para que as sanções sejam aplicadas em toda a sua extensão”, afirmou.

Na mensagem enviada à Hostinger, Marcial relatou a sanção aplicada pelo governo de Donald Trump à esposa do ministro na última segunda-feira (22) e pediu esclarecimentos sobre a aplicação da regra.

“Não estou fazendo alegações, apenas buscando esclarecimentos sobre como a Hostinger trata casos desse tipo”, dizia um trecho da mensagem que foi encaminhada à empresa em inglês.

Em resposta, a hospedagem informou por e-mail que a página havia sido suspensa.

O site Registro.br aponta que o endereço utiliza a infraestrutura da Cloudflare para intermediar o tráfego de dados. A Cloudflare é uma empresa dos Estados Unidos, portanto, também estaria sujeita a sanções do país.

A reportagem procurou o Supremo Tribunal Federal e aguarda um retorno sobre o tema. O espaço segue aberto para manifestações.

Governo Trump sancionou esposa de Moraes e empresa da família

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que a sanção contra Viviane foi aplicada porque a advogada fornece uma “rede de apoio financeiro” ao marido. Moraes já havia sido sancionado com a Lei Magnitsky em julho.

“Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje [segunda-feira, 22] deixa claro que o Tesouro continuará a perseguir indivíduos que fornecem apoio material a Moraes enquanto ele viola os direitos humanos”, afirmou Bessent.

Moraes reagiu à medida, que classificou como “ilegal e lamentável”, e prometeu não retroceder em sua atuação na Corte. Ele já tinha se tornado alvo do govenro Trump por decisões contra big techs e por conduzir a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A ilegal e lamentável aplicação da Lei Magnitsky à minha esposa não só contrasta com a história dos Estados Unidos da América, de respeito à lei e aos direitos fundamentais, como também violenta o Direito Internacional, a Soberania do Brasil e a independência do Judiciário”, disse o ministro, em nota divulgada pela Corte no início da semana.