Paulinho da Força é escolhido relator do projeto da anistia
Últimas atualizações em 20/09/2025 – 09:18 Por Gazeta do Povo | Feed
Ex-aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi designado nesta quinta-feira (18) pelo presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), como relator do Projeto de Lei 2162/23, que trata da anistia a condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
No X, Motta anunciou oficialmente a relatoria do PL 2162/23 a Paulinho da Força. “Tenho certeza de que ele conduzirá a discussão do tema com o equilíbrio necessário”.
A escolha ocorreu um dia após a Câmara dos Deputados aprovar o regime de urgência para a proposta, que poderá agora ser votada diretamente em Plenário. Segundo líderes partidários, o nome de Paulinho foi definido por sua interlocução com diferentes setores políticos e também pela proximidade com o Supremo Tribunal Federal (STF).
O parlamentar é visto como um “ponto de equilíbrio entre governo, Centrão e oposição”, o que, na avaliação de congressistas, pode facilitar a construção de um acordo em torno do texto.
Na noite desta quarta, Hugo Motta defendeu a urgência como forma de acelerar o debate e afirmou que o objetivo é buscar “pacificação nacional”. “Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito”, disse.
Com a definição do relator, parlamentares avaliam que o texto, que ainda não está definido, poderá ser votado já na próxima semana, caso haja consenso em torno de uma proposta.
Quem é Paulinho da Força, relator do projeto de anistia na Câmara
Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho da Força, está em seu quinto mandato consecutivo como deputado federal. Nascido em Porecatu (PR), construiu sua trajetória política a partir do movimento sindical.
Aos 20 anos, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou em metalúrgicas, momento que se aproximou de Lula e se formou no Senai como inspetor de qualidade. Na sua página oficial do site do Solidariedade, ele explica que foi nesse período “que se aproximou das lutas sindicais, motivado pela repressão do regime militar e pelas greves operárias dos anos 1970”.
Atuou no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes chegando à diretoria. Em 1991, foi um dos fundadores da Força Sindical, central que reúne cerca de dois mil sindicatos e 16 milhões de trabalhadores.
Ao longo da sua trajetória se opôs a propostas que considerava prejudiciais aos direitos trabalhistas como pontos da reforma trabalhista e da Previdência.
No campo político-partidário, começou sua militância no PT em 1980, mas deixou a sigla dois anos depois. Em 2002, foi candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT). Em 2006, elegeu-se deputado federal pelo PDT com mais de 287 mil votos. Em 2013, fundou o Solidariedade, partido que preside até hoje e pelo qual se reelegeu em 2014, 2018 e 2022. Passou a ser visto no Congresso como um perfil articulador e de diálogo.
Em 2022, Paulinho da Força apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas desde o começo de 2025, o deputado se afastou do presidente, chegando a postar em suas redes sociais que o governo do petista é “só enganação” e “incompetente”.
Agora, Paulinho da Força assume a relatoria do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, posição estratégica pela qual deverá conduzir as negociações entre diferentes forças políticas para que a proposta avance no Congresso.
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