União Brasil dá 24 horas para filiados deixarem cargos no governo

O União Brasil determinou nesta quinta-feira (18) que seus filiados têm 24 horas para deixar cargos que ocupam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os integrantes que se recusarem a cumprir a medida poderão ser expulsos do partido, sob “pena de prática de ato de infidelidade partidária”.

Atualmente, a legenda comanda o Ministério do Turismo, chefiado por Celso Sabino (União-PA), além de ocupar diversos cargos na administração pública. Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), e das Comunicações, Frederico Siqueira, são considerados indicações da cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). 

O desembarque já era esperado, mas ocorreu agora, segundo nota oficial do próprio partido, após a publicação de reportagens do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) e do portal UOL sobre a suposta ligação do presidente do União, Antonio Rueda, a uma empresa de aviões que seriam utilizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda nega a acusação. 

O comunicado destaca que as notícias são “infundadas, prematuras e superficiais” e “tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente”. O partido aponta ainda que “causa profunda estranheza” que as reportagens tenham sido publicadas “poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no Governo Federal”. 

“Tal ‘coincidência’ reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo”, acusa o União Brasil.

Em agosto, o União Brasil e o PP formalizaram a Federação União Progressista, que determinou o desembarque do governo Lula (PT). O PP é o partido do ministro do Esporte, André Fufuca.

Veja a íntegra da nota do União Brasil 

“O União Brasil, por meio de sua Executiva Nacional e de suas Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, manifesta irrestrita solidariedade ao Presidente Antonio Rueda, diante de notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente.

Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no Governo Federal – movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias partidárias.

Tal ‘coincidência’ reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo.

Esse posicionamento, aliás, foi hoje unanimemente reforçado pela aprovação da resolução que determina aos filiados do União Brasil o desligamento, em até 24 (vinte e quatro) horas, dos cargos públicos de livre nomeação na Administração Pública Federal Direta ou Indireta, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária.

O União Brasil seguirá atuando em sintonia com os anseios da sociedade brasileira e jamais se intimidará diante de tentativas de ataque a seus dirigentes.”