Venezuela se desespera com possível base dos EUA no Equador
Últimas atualizações em 05/09/2025 – 03:03 Por Gazeta do Povo | Feed
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse nesta quinta-feira (4) que os Estados Unidos vão analisar a possibilidade de instalar uma base militar no Equador, caso o governo equatoriano faça um convite nesse sentido, o que causou revolta na ditadura da Venezuela.
Rubio falou sobre o assunto em entrevista coletiva em Quito ao lado da ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld.
“Em relação à base militar, o Equador é um país soberano. Se nos convidarem, consideraremos. Aliás, tivemos uma base militar [no Equador] no passado. Fomos convidados a sair, e durante o governo [Rafael] Correa [2007-2017], saímos. Se formos convidados a voltar, isso é estratégico, estudaremos, veremos se faz sentido, se nos ajuda”, disse Rubio.
“Se pudermos ajudar com [combate à] mineração ilegal, narcoterrorismo e pesca ilegal, que são extremamente graves, se pudermos ajudar com isso, estamos dispostos a considerar”, afirmou o secretário de Estado.
Em junho, a Assembleia Nacional do Equador, parlamento unicameral do país sul-americano, aprovou uma proposta de mudança na Constituição para autorizar a presença de bases militares estrangeiras em território equatoriano.
O presidente Daniel Noboa, que foi reeleito em abril e tomou posse para seu segundo mandato em maio, havia apresentado a proposta em outubro de 2024.
Após aprovação na Assembleia Nacional, o texto foi chancelado pela Corte Constitucional do Equador e agora haverá um referendo, no qual a população equatoriana decidirá se a proposta será incorporada à Constituição do país. A previsão é que a consulta ocorra em dezembro.
Durante a campanha presidencial, Noboa disse que, se o projeto for aprovado, negociará com o governo Trump a criação de bases militares americanas no Equador.
A proposta deixou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, indignado. Em post no Telegram nesta quinta-feira, ele alegou que os Estados Unidos acusam injustamente o chavismo de ligação com o tráfico de drogas e afirmou, sem provas, que Noboa estaria envolvido nesse tipo de crime.
“Ironia maior, ele [Rubio] se senta ao lado de Daniel Noboa: o bananeiro que não exporta mais frutas, mas sim drogas para os EUA e a Europa, com a cumplicidade da DEA [Agência de Combate às Drogas americana]”, escreveu Gil.
“Ainda mais grave: Rubio despeja suas mentiras a partir do território sagrado do bolivarianismo, o Equador de Bolívar, Sucre, Manuela Sáenz e Eloy Alfaro. Suas palavras são uma ofensa ao povo equatoriano e às suas Forças Armadas. O que o Equador pensará quando ouve Rubio propor bases militares estrangeiras no seu território, enquanto seu presidente protege um negócio de drogas disfarçado de política?”, acusou o chanceler chavista.
Na terça-feira (2), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que um barco com drogas foi atingido por militares americanos no Mar do Caribe. Ele disse que a carga era da gangue venezuelana Tren de Aragua e que 11 pessoas a bordo foram mortas.
Este foi o primeiro ataque americano a uma embarcação no sul do Mar do Caribe desde que os Estados Unidos enviaram nos últimos dias oito navios de guerra e um submarino nuclear para as águas próximas da Venezuela, com o objetivo de evitar a chegada de drogas ao território americano.
O regime chavista alega que a operação americana é uma “desculpa” para uma intervenção militar na Venezuela.
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