China prende homem que criticou desfile militar na internet
Últimas atualizações em 05/09/2025 – 09:57 Por Gazeta do Povo | Feed
O regime comunista da China prendeu nesta semana um homem de 47 anos acusado de fazer “comentários difamatórios e injuriosos” sobre o desfile militar realizado em Pequim para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
Segundo a polícia cibernética do regime, localizada na cidade de Xiangyang, na província de Hubei, o detido, identificado apenas pelo sobrenome Meng, teria publicado nas redes sociais mensagens consideradas “ofensivas” ao evento e aos soldados do Exército de Libertação Popular.
De acordo com o comunicado oficial, Meng “insultou, zombou e difundiu rumores quando outros usuários expressaram sentimentos patrióticos, provocando uma forte indignação”. A polícia afirmou que suas falas “feriram os sentimentos patrióticos e causaram severo impacto social negativo”. Ele foi enquadrado no crime de “provocar confusão e causar distúrbios”, acusação ampla e recorrente usada pelo regime para prender críticos.
As autoridades destacaram que “qualquer tentativa de distorcer ou profanar a história da Guerra de Resistência contra a agressão japonesa, difamar militares que participam de eventos de comemoração ou ferir sentimentos patrióticos será punida severamente”. O comunicado, no entanto, não especificou quais foram as mensagens publicadas nem o tempo de prisão de Meng.
O desfile em questão foi um dos mais importantes atos políticos do calendário chinês. Sob a liderança do ditador Xi Jinping, o Exército chinês exibiu mísseis nucleares, drones de ataque e caças furtivos, em uma demonstração de força acompanhada por 26 líderes estrangeiros, entre eles os ditadores Vladimir Putin e Kim Jong-un. Xi aproveitou o evento para ressaltar o papel da China como potência militar e reforçar a aliança com Rússia e Coreia do Norte.
A prisão de Meng ocorre em um contexto de endurecimento das leis de censura e controle ideológico. Desde 2018, a China possui legislações específicas que criminalizam a difamação de “heróis, mártires e militares”. Em 2021, o blogueiro Qiu Ziming foi condenado por questionar o número de soldados mortos em confronto na fronteira com a Índia. Já em 2024, o artista Gao Zhen foi detido por “ferir a honra” de heróis ao expor obras críticas ao ditador sanguinário Mao Tsé-Tung.
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