Chanceler de Maduro e de Lula falam sobre “agressão” dos EUA

Últimas atualizações em 28/08/2025 – 14:01 Por Gazeta do Povo | Feed


O chanceler venezuelano, Yván Gil, afirmou nesta quarta-feira (27) que se reuniu virtualmente com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, ocasião em que concordaram sobre “os planos agressivos que a Venezuela e toda a América Latina e o Caribe enfrentam”.

A mensagem é direcionada ao governo americano, liderado por Donald Trump, que posicionou navios de guerra em águas internacionais próximas ao território venezuelano para combater o tráfico de drogas.

Além disso, os EUA enfatizaram que estão preparados para “usar todo o poder americano” para levar à Justiça “os responsáveis” por trazer drogas ao país, numa referência ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

“O regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela, é um cartel do narcoterrorismo. Maduro, na visão deste governo, não é um presidente legítimo. É um chefe fugitivo de um cartel que foi indiciado nos EUA por tráfico de drogas para o país”, afirmaram os EUA.

Para Yván Gil, “a presença de embarcações militares e até mesmo um submarino nuclear” é uma “flagrante violação da Zona de Paz proclamada pela Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] em 2014 e do Tratado de Tlatelolco de 1967, uma ameaça nunca antes vista em nossa região”.

Em uma postagem no Instagram, ele detalhou que Mauro Vieira concordou que “essas agressões devem ser interrompidas imediatamente”.

Segundo o venezuelano, o chanceler brasileiro “compartilhou a situação que o Brasil enfrenta com medidas tarifárias e guerras aplicadas com fins políticos, uma forma de agressão injustificada que também não contribui para o espírito de paz e cooperação que defendemos na América Latina e no Caribe”.

A Gazeta do Povo entrou em contato com o Itamaraty para confirmar o teor da conversa, mas ainda não obteve resposta.

Nos comentários da postagem, chavistas criticam Lula

No comentário da postagem de Yván Gil, que informa sobre a ligação com Mauro Vieira, alguns chavistas se queixam da postura da diplomacia brasileira e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O Brasil já não é mais confiável”, reclama uma usuária.

“Não confio mais no Brasil”, relata outro.

Uma apoiadora do regime chavista cita, em tom de reclamação que “o bajulador do Lula junto a Petro NÃO RECONHECERAM NICOLÁS [como presidente legítimo da Venezuela]”.

As tensões entre Lula e Maduro se intensificaram quando o mandatário brasileiro optou por não reconhecer vitória eleitoral de Maduro no último pleito nacional, afirmando ainda que ditador o deve explicações ao mundo.

“Ainda não [reconheço], ele sabe que está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo. Ele sabe disso”, disse Lula em uma entrevista à Rádio T de Curitiba em agosto do ano passado.

O petista pontuou ainda que “não é fácil e nem bom” que um presidente de um país “palpite” sobre o processo eleitoral de outro, e afirmou que tentou negociar com a Colômbia e o México. Na ocasião, os três países haviam se unido para cobrar do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela a divulgação pública das atas de votação que comprovariam o vencedor do pleito.

“Só tem uma coisa: tem que apresentar os dados, que seja confiável. O CNE, que tem gente da oposição, poderia ser. Mas ele [Maduro] mandou para a Suprema Corte dele. Não posso julgar a Suprema Corte de outro país”, afirmou o presidente ano passado.

Na ocasião, Lula também indicou saídas para a situação venezuelana como o estabelecimento de um governo de coalizão com a oposição.

“Eu não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada, eu quero resultado. Se a gente tiver um resultado e esse resultado for factível, vamos tratar de saber o seguinte: o Maduro tem seis meses de mandato ainda, só termina em janeiro do ano que vem. Ele é o presidente da República independentemente das eleições”, disse, na época, quando o mandato do ditador estava por encerrar.

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A Gazeta do Povo é um jornal sediado em Curitiba, Paraná, e é considerado o maior e mais antigo jornal do estado. Apesar de ter cessado a publicação diária em formato impresso em 2017, o jornal mantém suas notícias diárias online e semanalmente em formato impresso. O jornal é publicado pela Editora Gazeta do Povo S.A., pertencente ao Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM).

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