Aliados de Lula articulam debandada da CPMI do INSS
Últimas atualizações em 28/08/2025 – 04:04 Por Gazeta do Povo | Feed
Ao menos três senadores aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretendem oficializar suas saídas como membros permanentes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A debandada acontece após a oposição assumir o comando e a relatoria do colegiado que vai investigar os descontos irregulares e as fraudes nas aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O primeiro aliado do governo a pedir para deixar o colegiado foi o senador Otto Alencar (PSD-BA), que foi substituído pela senadora Augusta Brito (PT-CE). Agora, a expectativa é de que Omar Aziz (PSD-AM), que foi derrotado na disputa pela presidência da CPMI, e Renan Calheiros (MDB-AL) oficializem suas saídas nos próximos dias.
Nos bastidores, os parlamentares que pretendem deixar o colegiado consideram o cenário “totalmente imprevisível” e enxergam riscos com as quebras de sigilo para além do próprio escândalo dos descontos fraudulentos. Aliados dos senadores admitem que, em ano pré-eleitoral, ninguém quer se expor para defender o governo da acusação de desvio de dinheiro de aposentados.
A avaliação é de que o desgaste de defender o governo Lula na CPMI do INSS precisa ficar com os membros do PT. Além de Augusta Brito, o colegiado conta com os senadores Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES) como titulares.
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Além disso, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo, foi escalado pelo Palácio do Planalto para coordenar a ação conjunta da base aliada, incluindo senadores. No começo da semana, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, reuniu os integrantes da base para passar orientações sobre a articulação do governo.
Uma das orientações que foi repassada aos parlamentares aliados é a proibição de ausência nas reuniões e votações de requerimentos da CPMI do INSS. A estratégia acontece depois que a oposição impôs uma derrota ao Palácio do Planalto ao eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da CPMI do INSS, e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria. Ambos são da oposição e são vistos como nomes independentes.
O episódio foi considerado um “apagão de articulação”, pois diversos integrantes da base não estiveram presentes na instalação do colegiado. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), admitiu uma falha e chegou a colocar o seu cargo à disposição do Planalto.
Agora, os deputados e senadores aliados do PT serão orientados a cancelarem viagens oficiais ou a adiarem a realização de procedimentos médicos eletivos durante o funcionamento da CPMI do INSS. A medida busca garantir presença da base governista nas votações, especialmente, durante a análise de requerimentos para convocações.
O colegiado pode funcionar por até seis meses e tem potencial para gerar um desgaste na popularidade de Lula. Com isso, os petistas tentam blindar o presidente antes do ano eleitoral.
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