Governo manda ministros compararem entregas de Lula e Bolsonaro na reta final

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, cobrou dos demais colegas da Esplanada que reforcem as entregas do governo na reta final deste terceiro mandato do petista, que termina daqui a menos de um ano e meio e que deve ter Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como candidato à reeleição. Ele defendeu que os ministros percorram os estados e mostrem à população comparações das ações do petista com o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A cobrança foi feita durante a segunda reunião ministerial do ano, na manhã desta terça (26), convocada às pressas após a dupla derrota do governo na semana passada na CPMI do INSS, e em meio à pressão dos Estados Unidos para suspender o julgamento de Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Estamos programando um foco nas ações e anúncios já realizados, em especial naquilo que mais toca no coração, na alma e no cuidado com as pessoas. E é importante que possamos destacar as entregas, dando capilaridade a essa comunicação com a presença física, virtual ou entrevistas dos ministros e técnicos nos estados, aumentar a presença nossa, comparando o antes e o depois, como estava e como está. Em todos os itens, sem exceção, vamos ter resultados mais positivos”, afirmou o ministro que atua como uma espécie de gerente do governo.

O pedido para o reforço das entregas deste terceiro governo ocorre em meio aos sinais cada vez mais claros de Lula de que pretende disputar a reeleição em 2026. O petista também vem realizando reuniões com partidos que integram parcialmente a base aliada – muitos deles já adiantaram que lançarão candidatos próprios ou apoiarão alguém da oposição. Entre eles, o União Brasil tem o governador goiano Ronaldo Caiado (União-GO) como pré-candidato, e o PSD já apontou que pode apoiar uma eventual candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

A cobrança pelo reforço das entregas e comparação com o governo de Bolsonaro foram mostradas em uma apresentação com o título “Desafios para a reta final”, citando ações como o “Brasil sem fome”, “Agora tem especialistas”, “Luz do povo”, “Gás do povo”, “Pé de meia”, “Minha Casa, Minha Vida”, indicadores econômicos, entre outros, junto de críticas a ações da gestão Bolsonaro.

“A grande maioria dos ministérios está com patamares mais robustos [de execução orçamentária] dado às limitações orçamentárias e aos contingenciamentos que fizemos. E, agora, com a última liberação que foi feita, esses números devem alcançar, já em setembro e outubro, patamares próximos a 100% a mais de 90% do empenho orçamentário. A turma está afiada e o seu governo vai mostrando pra que veio, apresentando o centro do cuidado com as pessoas, geração de emprego e desenvolvimento”, concluiu o ministro.

A comparação das ações do atual governo com o de Bolsonaro não é nova e é constantemente frisada por Lula e seus ministros nas entregas que faz quando visita os estados. Ele constantemente questiona governadores – mesmo aqueles da oposição – sobre o que o ex-presidente fez, embora sempre ressalte que não vê distinção partidária.

Na mesma reunião ministerial, Lula fez fortes críticas à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos, chamando-o de “traidor” por articular sanções ao Brasil para pressionar pela suspensão do julgamento de Bolsonaro. O petista cobrou o Congresso para que puna o parlamentar, e determinou aos aliados uma “batalha na política” para isso.

“Não conheço na história que um traidor da pátria tenha a desfaçatez de mudar pro país que ele está adotando como pátria – os Estados Unidos – negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”, pontuou.