Zema critica STF e cobra reação do Congresso

Últimas atualizações em 09/08/2025 – 11:53 Por Gazeta do Povo | Feed

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), cobrou uma atitude de coragem do Congresso diante dos posicionamentos do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao programa Café com a Gazeta, na manhã desta sexta-feira (8), ele alertou que o clima institucional no Brasil está ficando mais frágil.

“A temperatura e a pressão vão subir. O Congresso não está ocupando a posição que deveria. Eles são representantes do povo: se querem uma votação, ela tem que ser submetida ao plenário. Estão represando o que é irreprimível. O clima institucional está ficando mais frágil. É como um vulcão, ninguém sabe o momento da erupção. É muito ruim termos governantes que ao invés de ir pela vontade popular tentam barrar o que com o tempo será rompido”, disse.

Zema está em Curitiba nesta sexta-feira e participa de reuniões com empresários e da adesão do vice-prefeito da capital paranaense, Paulo Martins ao Partido Novo. A agenda também possui um almoço com o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), no Palácio Iguaçu.

“No almoço com o governador Ratinho Junior nossa conversa vai para todos os cantos. É uma pessoa que admiro muito, bem avaliado. O futuro político do Brasil vai ser pauta da conversa”, afirmou Zema.

Zema contesta decisões do STF

Zema questionou decisões do STF e defendeu a anistia para os investigados nos atos de 8 de janeiro que não cometeram crimes violentos.

“Está ficando cada vez mais claro os excessos que estão sendo cometidos. Em nenhum lugar do mundo alguém que sentou em uma cadeira foi condenado a 17 anos de reclusão. Isso é inédito na história. Falar que isso é tentativa de golpe de Estado, que isso é atentado à democracia? Se ele invadiu local que não poderia, fez uso de equipamento que não deveria, tem legislação prevista para isso. Mas não é o que está sendo aplicado.”

Ele citou a anistia da lei de 1979 e apontou que os atos d0 8 de janeiro não são comparáveis aos cometidos na ditadura militar. “É dar anistia para quem não disparou nenhum tiro, não matou ninguém. Está faltando vontade de resolver”, disse.

Zema também confirmou que vai participar de manifestações pela anistia, sempre que possível em sua agenda, mas defendeu que seus posicionamentos são constante nas redes sociais. “Manifestação precisa de mais gente na rua do que propriamente no trio elétrico. Eu tenho sido ferrenho crítico dessa perseguição política por parte do Supremo.”

Em Curitiba, Zema defende reforma política com voto impresso e cobra reação do Legislativo. (Foto: Marcio Miranda/Gazeta do Povo)

Zema aponta inabilidade do governo PT em negociação do tarifaço dos EUA

Zema esteve em Brasília na quinta-feira (7) com outros oito governadores para discutir o aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Ele cobra ação do governo federal para negociação.

“O governo Lula, que provocou isso, não fez nada para ajudar os setores afetados. Os estados estão sendo penalizados. Em Minas, eu tive que liberar R$ 300 milhões.” Segundo ele, Paraná e Minas Gerais serão os estados mais atingidos. “Se o Lula não quiser ir negociar, que passe isso ao Congresso.”

O governador criticou as falas do presidente Lula, contrárias aos Estados Unidos e questionou a participação do Brasil no Brics. “O Brics é um Frankenstein, montado com países que não têm nada em comum. O Brasil não tem nada em comum com o Brics. Os países não são cristãos, não são do Ocidente, não há proximidade territorial e são ditatoriais.”

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Governador defende reforma política e voto impresso

O governador defendeu mudanças no sistema eleitoral. “Uma reforma política já deveria ter ocorrido. O sistema é disfuncional. Eu sou favorável ao voto distrital. O nosso sistema não é representativo hoje. Temos que unificar as eleições. Nos anos pares, o Brasil para. A classe política fica trabalhando para se eleger ou eleger próximos, e o país é que sofre. Sou favorável a diminuir o fundo eleitoral e também a rever a reeleição. Talvez um mandato de cinco anos seja mais produtivo. Também sou favorável ao voto impresso.”

Sobre a disputa presidencial, Zema disse que conversou com o ex-presidente Jair Bolsonaro em julho e que há um entendimento da direita por mais candidatos. “Ele disse que isso fortalece a direita. Num segundo turno, há uma migração de votos para o candidato que passar. Todos nós temos um objetivo comum: tirar o PT que está fazendo o Brasil virar uma Venezuela.”

Apoio ao vice e lançamento da pré-candidatura

Zema afirmou sua pré-candidatura defendendo seu governo como solução aos anos do PT à frente de Minas Gerais. “Ninguém tirou o Titanic do fundo do mar igual eu tirei. Ninguém pegou um estado tão arrasado e arruinado. Eu tenho uma experiência grande no setor privado. Na época do PT em Minas, quem queria investir no estado enfrentava muita burocracia e muitas vezes tinha que contribuir com o partido. Houve fuga de indústrias. Minas com o PT só atraiu R$ 26 bilhões em investimentos. Nós já levamos R$ 427 bilhões. No governo PT, Minas perdeu 200 mil empregos. Nós já criamos 1 milhão de empregos com carteira assinada, segundo dados do último Caged.”

Ele também destacou o desempenho do agronegócio. “O agro exportou mais que o setor de mineração pela primeira vez na história. Agora brincam que podemos chamar o estado de Agro Gerais”, afirmou.

O Partido Novo deve lançar a pré-candidatura de Zema à Presidência em 16 de agosto. Ele foi eleito governador em 2018 e reeleito no primeiro turno em 2022.

O governador confirmou apoio ao vice, Mateus Simões (Novo), para a disputa ao governo mineiro em 2026. “Ele vai dar continuidade aos inúmeros projetos que temos, como a linha dois do metrô, o rodoanel metropolitano e a duplicação de estradas, todos com recurso já reservado.”

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