Marcos do Val vira alvo da PF e é obrigado a usar tornozeleira eletrônica
Senador viajou aos Estados Unidos, contrariando decisão do STF que negou requerimento para viagem. Em 2024, Moraes determinou bloqueio de redes sociais e a retenção do passaporte dele.
Últimas atualizações em 04/08/2025 – 09:01 Por Redação GNI
Senador Marcos do Val será obrigado a usar tornozeleira eletrônica por ordem de Alexandre de Moraes, em mais um capítulo sombrio da política brasileira
Nesta segunda feira, o Brasil assiste a mais um episódio preocupante do avanço do autoritarismo judicial. O senador Marcos do Val, legítimo representante do povo capixaba, foi submetido à imposição de uma tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A medida, extremamente dura e desproporcional, revela o ambiente de perseguição e intimidação que se instalou contra vozes dissonantes no cenário político nacional.
A decisão foi tomada após o senador retornar ao país, depois de cerca de dez dias nos Estados Unidos. Sua viagem, usada como pretexto para a nova ação, ocorreu sem autorização judicial, mas sem nenhum indício de fuga ou ameaça à ordem pública. Mesmo assim, ao desembarcar no aeroporto de Brasília, ainda nas primeiras horas da manhã, foi surpreendido por agentes da Polícia Federal que o aguardavam como se ele fosse um fugitivo da Justiça.
Marcos do Val é investigado por supostamente tentar articular um plano para contestar o resultado das eleições de 2022. As acusações, por enquanto, carecem de comprovação objetiva e parecem muito mais servir a um propósito político do que ao verdadeiro interesse da Justiça. Além disso, o senador também responde por críticas públicas feitas à Polícia Federal, o que escancara o uso de processos para calar parlamentares que ousam questionar o sistema.
O mais grave é que tudo isso acontece sem julgamento, sem direito pleno à defesa, sem o devido debate dentro do Parlamento. O Brasil assiste, quase em silêncio, à humilhação pública de um senador da República, como se discordar da narrativa oficial fosse um crime inafiançável.
Trata se de uma escalada preocupante, onde a toga passa a ser usada como instrumento de repressão, e não de equilíbrio. Quando um representante do povo é tratado como criminoso por expressar suas convicções ou desafiar o sistema, algo muito mais profundo está em risco.
O povo brasileiro precisa refletir: que tipo de democracia estamos construindo, se até um senador pode ser silenciado, punido e vigiado, antes mesmo de ser julgado? Até onde vai o poder de quem julga, quando ninguém mais pode julgá lo?
Mica Noronha