Se Bolsonaro concorrer, sanções acabam “no mesmo dia”

Últimas atualizações em 26/07/2025 – 05:38 Por Gazeta do Povo | Feed


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que, se o ex-presidente Jair Bolsonaro concorrer à presidência da República em 2026, as sanções americanas contra o Brasil acabam “no mesmo dia”. E disse ainda que seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), “não pode ser usado como desculpa por esse governo incompetente que não consegue ter acesso à Casa Branca”, referindo-se à incapacidade que o governo petista tem tido para negociar o tarifaço com os Estados Unidos. As declarações foram feitas durante entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (25).

Flávio também falou sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que ele “precisa ser internado compulsoriamente por sua família para receber tratamento psiquiátrico”. Segundo o senador, Moraes “não está mais em condições mentais de ser um ministro do STF”. E declarou que “essa obsessão que ele (Moraes) tem de querer ser o ditador do Brasil precisa ter um fim em algum momento”.

Comentando a atuação de Eduardo no exterior, Flávio afirmou que o irmão está fazendo o que ambos consideram correto. Isso porque, de acordo com o senador, “aqui no Brasil não há mais a quem recorrer para escapar dessa democracia relativa ou ditadura, como queiram chamar”. E disse que isso se deve ao fato de que, no país, “os direitos e garantias fundamentais, a constituição, não existem mais. Existe o que está na cabeça do ministro Alexandre de Moraes”.

Caminho até as sanções

A tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos começou a ganhar corpo em 6 de julho, quando o presidente americano Donald Trump ameaçou impor tarifas a “qualquer país que se alinhasse às políticas antiamericanas do Brics”. A declaração veio logo após uma reunião do bloco – formado por Brasil, China, Rússia, Índia e outros países.

No dia seguinte, o presidente Lula reagiu à fala de Trump, rejeitando o que classificou como tentativa de interferência nas decisões soberanas do Brasil. “Não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião do Brics”, disse, acrescentando que não concordava com a ideia de que os países do bloco fossem alvo de retaliações econômicas dos EUA.

Na mesma data, porém, Trump declarou publicamente apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que ele estaria sendo vítima de perseguição política dentro do Brasil. Lula, por sua vez, optou por não responder diretamente a essa acusação.

Poucos dias depois, em 9 de julho, o presidente americano intensificou sua ofensiva. Em uma carta enviada a Lula, Trump classificou o tratamento dado a Bolsonaro como uma “caça às bruxas” que deveria “acabar imediatamente”. Ele também acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter emitido “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” contra plataformas de redes sociais americanas. Como resposta, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA a partir de 1º de agosto — a primeira medida concreta do pacote de sanções.

O embate seguiu se agravando. Em 17 de julho, Trump publicou uma nova carta, dessa vez diretamente endereçada a Bolsonaro, por meio da sua rede social Truth Social. No texto, reiterou apoio ao ex-presidente e criticou duramente o sistema de justiça brasileiro, dizendo que o julgamento de Bolsonaro “precisa terminar imediatamente”.

No dia seguinte, 18 de julho, o ministro Alexandre de Moraes determinou uma série de restrições contra Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de se comunicar com seu filho Eduardo Bolsonaro, de visitar embaixadas e de dar entrevistas. Poucas horas após essa decisão, os Estados Unidos responderam com mais uma sanção: o cancelamento dos vistos de oito ministros do STF, do procurador-geral da República Paulo Gonet, e de seus familiares mais próximos.

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