“Eduardo Bolsonaro causou problema para a direita”
Últimas atualizações em 22/07/2025 – 14:30 Por Redação GNI
O governador Romeu Zema (Novo-MG), de Minas Gerais, afirmou que o apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao tarifaço imposto por Donald Trump “acabou causando um problema para a direita”. A crítica ocorreu no mesmo dia em que o parlamentar afirmou ter defendido apenas sanções diretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que se disse surpreso com a taxação.
Zema condenou a forma como a crise entre o Brasil e os Estados Unidos está sendo conduzida por ambos os lados, mas foi duro especialmente com o filho do aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Houve, em minha opinião, um erro também — que não se justifica — do presidente Trump, de penalizar o país. […] E, realmente, a posição que foi adotada não foi a mais correta pelo filho do ex-presidente. Acho que isso acabou causando um problema para a direita. Mas isso vem de todo esse outro contexto, que não sabemos o que é. O presidente americano é totalmente imprevisível”, disse o governador em entrevista ao Estadão nesta segunda (21).
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Ainda que reconheça que Lula “errou” ao expor críticas contra os Estados Unidos de forma pública durante a Cúpula do Brics, no começo do mês, e se aproximar de governos considerados “antiamericanos”, Zema entende que a reação de Trump deveria ter sido mais pontual.
“Acho que se você tem alguma desavença, deve se reunir particularmente para tratar aquilo. Se o presidente Lula tem algum senão com relação aos Estados Unidos, deveria ter pedido uma audiência e ter ido lá falar: ‘Trump, eu não quero isso, não concordo com isso’, e não ficar falando para o mundo todo. E pior, ainda se aliando a países que claramente são antiamericanos, caso de Cuba, caso de Irã, causando uma proximidade constrangedora”, afirmou.
Questionado sobre qual deve ser a saída política para a crise comercial, Zema destacou a importância do setor industrial e da diplomacia. Ele citou como positiva a iniciativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que tem buscado diálogo com as federações das indústrias e representantes americanos.
“Sei que já houve reuniões junto com a diplomacia brasileira e o governo, e é preciso fazer uma força-tarefa”, afirmou.
Zema ainda pontua que a retaliação americana não deve atingir o setor produtivo como um todo, mas, se for o caso, apenas o governo federal. Isso, porque, as sanções afetam setores importantes da economia, como a indústria de aviões, o suco de laranja e o café.
“Acho que o presidente americano também tem de ver com seus assessores: se ele está discordando do posicionamento do governo brasileiro, que haja uma ação no sentido de retaliar o governo e não o país, que são entidades distintas, e ele tem como fazer isso”, completou.
Gazeta do Povo
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