No PDT, Roberto Requião e filho tentam escantear PT no Paraná

Últimas atualizações em 21/07/2025 – 10:25 Por Gazeta do Povo | Feed

A filiação ao PDT do ex-governador e ex-senador Roberto Requião e do filho dele, o deputado estadual Requião Filho, racha de vez a relação com o PT e tende a deixar escanteado, no campo progressista, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026 no Paraná.

Depois de quatro décadas no MDB, Roberto Requião se filiou ao PT em março de 2022 para concorrer ao governo estadual — conseguiu 26,23% dos votos válidos no primeiro turno vencido por Ratinho Junior (PSD). Dois anos depois, brigas internas o levaram para o nanico Mobiliza, que o lançou candidato a prefeito de Curitiba, pleito no qual foi o sétimo mais votado, com pouco mais de 17 mil votos.

Requião Filho ficou um ano mais no PT. Eleito em 2022 pela sigla à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), conseguiu a autorização da Justiça Eleitoral em abril para se desfiliar sem perder o mandato. A saída foi marcada por críticas à condução do partido no estado.

“A maneira de fazer política com a cooptação e sufocamento de partidos, sem nenhum amparo ideológico, moral e ético, me afasta”, disse na ocasião. A ida da dupla para o PDT foi embasada em uma crítica ao PT e seu plano de poder, como eles classificam.

“Entramos em um partido que permite uma proposta política para o Paraná. É a grande diferença de onde estávamos. Infelizmente a preocupação [no PT] é eleger deputados federais e fazer a reeleição do Lula”, disse à Gazeta do Povo o deputado Requião Filho. “Nós ficamos mais leves entrando no PDT”, reforçou.

Segundo Roberto Requião, o PT “não tem proposta alguma” e os governos Dilma e Lula “falharam ao não terem uma proposta nacional”. À Gazeta do Povo, o ex-senador confirmou que “o PDT está oferecendo essa possibilidade de colaborar com uma proposta nacional” e que isso foi o principal motivo pelo qual aceitou o convite do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi — a filiação de pai e filho ocorreu com a presença de Lupi em Brasília na última quarta-feira (16).

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“Animal político”, Roberto Requião não confirma candidatura ao Senado

Nas últimas três eleições que participou— para senador em 2018, governador em 2022 e prefeito de Curitiba em 2024 —, Roberto Requião não conseguiu se eleger. A ida dele ao PDT reforçou a possibilidade de uma nova tentativa de voltar ao Senado Federal, o que o colocaria em uma disputa direta com o PT no campo da esquerda, contra Zeca Dirceu ou Gleisi Hoffmann.

Requião não confirmou que será candidato novamente. Ao falar sobre trabalhar para um programa nacional do PDT, ele disse que “as candidaturas são posteriores e que muitos podem ser candidatos”. Requião Filho, que foi o responsável principal pela aproximação com o PDT, não descarta essa possibilidade. “[Roberto Requião] É um animal político. Se ele vai para o Senado, isso precisa ser construído. É possível a candidatura, mas também podemos buscar alianças”, comentou.

Mesmo assim, Roberto Requião é cotado para concorrer, especialmente pelas pesquisas mais recentes que o colocam como um dos favoritos para 2026. De acordo com um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado em no fim de maio, ele fica empatado tecnicamente com Beto Richa (PSDB) em um dos cenários — como são duas vagas para o Senado no ano que vem, seria eleito. No outro cenário, com a inclusão do governador paranaense Ratinho Junior (PSD), ele divide a segunda vaga novamente com Richa.

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Requião Filho constrói candidatura ao governo do Paraná sem PT na chapa

Ao contrário do pai, Requião Filho confirmou que será candidato a governador do Paraná em 2026. E sem a presença do PT na chapa. “O PT tem candidato e não vai abrir mão do espaço do palanque para o Lula”, falou. O atual presidente brasileiro de Itaipu Binacional, Enio Verri, é o potencial candidato petista para o governo do estado.

Nas pesquisas, o novo pedetista aparece mais competitivo do que o representante do PT. O levantamento do Instituto Neokemp, divulgado na última quinta-feira (17), mostra que Requião Filho varia entre 10,1% e 14,1% nos três cenários estimulados, com a possibilidade de avançar ao segundo turno. No caso de Verri, nos dois cenários em que consta o nome dele, não passa de 5,1%. Na simulação de segundo turno contra Sergio Moro (União Brasil), Requião Filho iria a 20,1% contra 54,4% do senador paranaense.

O PT está dentro da federação com PCdoB e PV. Sem contar com o PDT, terá de buscar outras opções para encorpar a campanha local. No ano passado, no pleito para a prefeitura de Curitiba, esteve junto do PDT e do PSB — Luciano Ducci (PSB) foi o candidato a prefeito com Goura (PDT) de vice. Sem a possibilidade de repetir esse cenário, PT e PDT vão brigar por outros partidos de esquerda.

Requião Filho adiantou que vai buscar esses partidos para 2026. “Vamos procurar fortalecer o partido, filiar pessoas, buscar aumentar a discussão, conversar com partidos progressistas”, disse. “Mas precisamos ter cuidado com alianças para que elas aconteçam em cima de programas de verdade”, complementou.

  • Metodologia do Paraná Pesquisas: 1.550 entrevistados pelo Paraná Pesquisas, em 58 municípios do Paraná, entre os dias 17 e 21 de maio de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 2,5 pontos percentuais.
  • Metodologia do Instituto Neokemp: 1.008 entrevistados pelo Instituto Neokemp, em 63 municípios do Paraná, entre os dias 14 e 15 de julho de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 3,1 pontos percentuais.

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