Michelle Bolsonaro como porta-voz de Jair Bolsonaro

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou que Michelle Bolsonaro (PL-DF) deve assumir o papel de porta-voz de Jair Bolsonaro (PL), nas redes sociais. “Bolsonaro vai se calar e quem vai nos conduzir nesse momento é a maior líder da oposição, da nação conservadora”, afirmou, referindo-se à ex-primeira dama e ao fato do ex-presidente não poder mais usar redes sociais, por determinação das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

A declaração da senadora Damares foi feita durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (18), realizada pelos partidos de oposição. “O Brasil ganhou uma grande líder hoje”, confirmou Damares.

Em nota assinada pelos líderes da oposição na Câmara e no Senado, as medidas cautelares contra Bolsonaro são classificadas como “um grave episódio de perseguição política disfarçada de ação judicial”.

Segundo a oposição, o ex-presidente foi alvo novamente de medidas arbitrárias determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, “que, em nome da autoridade, tenta impor o silêncio ao principal líder da oposição no país”.

“Os líderes defendem que o Congresso Nacional precisa assumir seu papel constitucional. É dever do Legislativo agir com independência e responsabilidade para conter os excessos de um Poder que, cada vez mais, ultrapassa os limites da legalidade e da razoabilidade”, declarou o senador Jorge Seif (PL-SC).

PL quer fim do recesso do Congresso

O PL agendou para segunda-feira (21) uma reunião de bancada em Brasília para pedir o fim do recesso branco do Congresso e definir outras ações de defesa do ex-presidente. Também está prevista uma solicitação para agendar reunião presencial com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Oposição reforça teoria de ruptura com medidas contra Bolsonaro

A deputada Bia Kicis (PL-DF), também na coletiva, disse que o Brasil não vive mais uma democracia plena. “Querem calar Bolsonaro, como querem calar a população brasileira. Se querem fingir que está tudo normal, essa pessoa precisa ser internada”, comparou.

Ela cobrará, na reunião de segunda-feira, o andamento de algumas ações que confrontam o STF, como a discussão para mandato ds ministros, a CPI de abuso de autoridade e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o foro privilegiado. “Precisamos com urgência votar medidas que tragam autoridade para o Congresso”, explicou.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado, também sugeriu que não há uma democracia real no Brasil. “Temos exilados políticos e, inclusive, jornalistas. O STF está, a cada vez mais, dando sua resposta a quem pergunta se somos um país livre ou se aqui impera uma caneta e a decisão imperial de uma pessoa”, opinou.