Moraes censura advogado em processo sobre trama golpista

Últimas atualizações em 16/07/2025 – 15:19 Por Gazeta do Povo | Feed


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a protagonizar um episódio tenso nesta quarta-feira (16), durante a audiência que apura a suposta trama golpista de 2022.

Ele interrompeu e caçou a palavra do advogado Jeffrey Chiquini, defensor do ex-assessor presidencial Filipe Martins, enquanto o defensor questionava uma testemunha, o ex-ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 

Segundo Moraes, Chiquini transformou seus questionamentos em um tom acusatório e repetitivo, insistindo em perguntas sobre informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O ministro usou seu poder para silenciar o defensor, o que gerou surpresa e indignação por parte de Chiquini, que perguntou: “O senhor caçou a minha palavra?”. Esse não foi o primeiro embate entre Moraes e o advogado de Filipe Martins.

Advogado já havia tido problemas com Alexandre de Moraes

Na segunda-feira (14), o ministro já tinha mandado Chiquini ficar “quieto” após ele pedir a suspensão da audiência, alegando impossibilidade de analisar um volume gigantesco de informações, de quase 78 terabytes, em apenas quatro dias úteis. 

Na rede social Instagram, o advogado de defesa criticou duramente o que classifica como autoritarismo do juiz, afirmando que “não há mais como aceitar” o cerceamento do direito de defesa no processo, denunciando que “todas as nossas testemunhas foram indeferidas, não foram intimadas ou não compareceram”.

Defesa aponta ilegalidades no processo de suposta trama golpista

“Tentam esconder Filipe Martins e jogar seu caso no esquecimento porque ele se tornou o exemplo vivo de todas as ilegalidades que temos enfrentado neste momento tenebroso do nosso país: perseguições políticas, prisões arbitrárias, tentativas de forçar delações falsas para implicar alvos políticos, censura e outros ataques sistemáticos às liberdades e garantias fundamentais”, declarou com exclusividade para a Gazeta do Povo.

Em suas palavras, “hoje um advogado teve sua palavra cassada exclusivamente por estar fazendo perguntas de fato”. Para Chiquini, o caso expõe a “violação à paridade de armas” no julgamento, onde “todas as testemunhas do Ministério Público foram ouvidas, mas as da defesa, não”. 

“Essa é a face do Brasil que hoje choca o mundo e que, infelizmente, já começa a cobrar um preço alto — político, moral, diplomático e econômico — de todo o Brasil”, comenta. Além das críticas formais, o advogado anunciou que vai solicitar que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se manifeste, cobrando a defesa dos direitos profissionais dos advogados envolvidos neste processo. A alegação é de que o processo se configura em “verdadeira farsa” com antecipação de juízo de valor e restrição arbitrária às defesas. 

Para completar o cenário, os defensores, inclusive do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP), têm reclamado repetidamente de supostas dificuldades para acessar toda a documentação do processo, de entrega de materiais incompletos ou em volume desorganizado.

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