Bolsonaro minimiza crise entre Tarcísio e Eduardo por tarifaço
Últimas atualizações em 15/07/2025 – 19:20 Por Gazeta do Povo | Feed
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta terça-feira (15) o impasse entre seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em razão do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil.
“Hoje foi botada uma pedra em cima. Conversei com Eduardo e conversei com o Tarcísio. E tá tudo pacificado. Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo e vamos em frente. Não podemos dividir. O Tarcísio é um tremendo de um gestor […] nada de crítica para ele, se tiver, é por telefone pessoal”, disse Bolsonaro em entrevista ao Poder360 nesta tarde.
Sem o aval da família Bolsonaro, Tarcísio se reuniu duas vezes com o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, e empresários na tentativa de negociar uma saída para a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros. Nas redes sociais, Eduardo classificou a articulação do governador como “subserviência serviu às elites”.
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“Prezado governador Tarcísio de Freitas, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades”, disse.
O deputado licenciado defende que a medida de Trump seja usada para forçar o Congresso pela aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A medida beneficiaria Bolsonaro, que é réu por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
“O que o Trump procura é uma paridade nas taxações. Nós taxamos o que vem de lá pra cá, em média, em 60%”, apontou Bolsonaro. Ele também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por “provocar” o líder americano.
“Sou apaixonado por Trump”, diz ex-presidente
Ao contrário do filho, Bolsonaro negou que o fim do tarifaço esteja condicionado à anistia, mas disse que tem o “poder de resolver esse assunto” junto a Trump. O passaporte do ex-mandatário foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024 durante a Operação Tempus Veritatis. Desde então, ele está proibido de deixar o país.
Na semana passada, Tarcísio teria tentado convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a autorizar uma viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos para negociar diretamente com Trump uma resolução para o impasse das tarifas. A atuação do governador foi revelada pela colunista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.
Durante a entrevista ao Poder360, Bolsonaro voltou a declarar sua admiração pelo presidente americano. “O que passa na cabeça do Trump eu não sei. Ele é imprevisível. Eu gosto dele. Eu sou apaixonado por ele. Sou apaixonado pelo povo americano, pela política americana, pelo país que os Estados Unidos são. Nunca neguei isso desde o meu tempo de garoto. O Trump sempre soube disso e ele me tratava como irmão”, afirmou.
Bolsonaro é honesto, mas “não é como um amigo meu”, afirma Trump
Mais cedo, Trump afirmou mais cedo que Bolsonaro “não é como um amigo”, mas voltou a criticar a investigação do STF contra o ex-presidente. “O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo do Brasil. Ele lutou muito pelo povo do Brasil. Ele negociou acordos comerciais contra mim pelo povo do Brasil e foi muito duro”, disse o republicano.
“Eu acredito que é uma caça às bruxas e não deveria estar acontecendo. Não é que […] Olha, ele não é como um amigo meu, ele é alguém que eu conheço. E eu o conheço como um representante de milhões de pessoas. Os brasileiros são ótimas pessoas”, acrescentou.
Bolsonaro diz que Gonet tinha “boa fama”, mas mudou
O ex-presidente criticou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, por pedir sua condenação na ação penal do suposto plano de golpe. Segundo Bolsonaro, a indicação de Gonet por Lula o surpreendeu, pois o procurador é “cristão” e tinha “boa fama”.
“É uma vergonha esse processo, esse relatório do nosso querido Paulo Gonet. Quando o Paulo Gonet foi escolhido, lá atrás, não tinha problema nenhum e falei: ‘Poxa, o Lula errou, porque está botando uma pessoa que é cristão, que tem boa fama’. Parece que ele mudou de ideia”, disse.
Para o ex-mandatário, o 8 de janeiro foi uma “baderna que saiu do controle”. Ele afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, “sequestrou o STF” e “faz o que bem entende”.
“Eu tenho que me defender do que não fiz. Eu tenho que provar que sou inocente e não eles que eu sou culpado […] Cadê o devido processo legal? Lula foi julgado na 13ª Vara Federal de Curitiba. Por que eu sou no Supremo? E mesmo que fosse no Supremo seria [julgado] pelo plenário”, criticou.
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