Defesa de Carla Zambelli cobra Interpol sobre inclusão na lista de procurados
Últimas atualizações em 14/07/2025 – 17:13 Por Gazeta do Povo | Feed
A nova defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) pediu à Interpol que apresente mais informações sobre a inclusão do nome dela na chamada difusão vermelha de procurados. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no começo do mês passado após a parlamentar anunciar que havia deixado o país.
No dia 3 de junho, Carla Zambelli anunciou que estava nos Estados Unidos e que, posteriormente, pretendia viajar à Itália por ser alvo de “perseguição” no Brasil. Ela foi condenada no Brasil a 10 anos de prisão por supostamente ter participado da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023 junto do hacker Walter Delgatti Neto, também condenado.
“Até o presente momento, o nome da parlamentar não aparece em nenhum dos mecanismos públicos de busca da Interpol, o que nos leva a questionar seriamente a veracidade das informações divulgadas por seus detratores”, disse o advogado Fábio Pagnozzi, que passou a representar a parlamentar logo após o anúncio de que ela saiu do país.
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De acordo com ele, há “especulações irresponsáveis” que foram espalhadas por “adversários políticos” sobre a inclusão do nome dela na lista de procurados pela Interpol. Para ele, são “fake news fabricadas com fins eleitorais” para prejudicar uma eventual candidatura ao senado em 2026.
“Não há qualquer justificativa legal ou factual para que a deputada figure em uma lista internacional destinada a terroristas, foragidos e criminosos que ameaçam a segurança pública”, completou.
O pedido foi feito à Comissão de Controle dos Arquivos da Interpol sobre a inclusão do nome dela na chamada “difusão vermelha” da autoridade. Pagnozzi diz que também procurou o Ministério das Relações Exteriores para fazer a consulta, porém sem resposta oficial.
O nome de Carla Zambelli não aparece na lista pública dos procurados pela Interpol – o que não é exatamente uma regra, já que a organização pode manter o registro sob sigilo.
Entenda a condenação de Carla Zambelli
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou por unanimidade Carla Zambelli pela suposta invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. Ela foi sentenciada a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado, além de multa de R$ 2 milhões por danos materiais e morais.
A deputada também foi condenada à perda do mandato parlamentar e a inelegibilidade por 8 anos. No entanto, a cassação ainda precisa ser avaliada pela Câmara dos Deputados após o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso.
A condenação teve como base a participação de Zambelli no esquema que resultou na invasão do sistema do CNJ, com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. Ele foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão, também em regime fechado, e deverá pagar a multa solidariamente com a parlamentar. O relator classificou as ações como graves ameaças à segurança institucional.
Em sua defesa, Zambelli afirmou ser alvo de perseguição. “Sou vítima de uma perseguição política que atenta não apenas contra minha honra pessoal, mas também contra os princípios mais elementares do Estado de Direito”, declarou a deputada.
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