Vídeo do governo Lula mostra parte da Ucrânia como da Rússia

Últimas atualizações em 08/07/2025 – 14:46 Por Redação GNI

Uma publicação compartilhada pelo governo Lula no Instagram gerou repercussão por mostrar, em um mapa, partes da Ucrânia como se fossem território russo. A postagem foi compartilhada no perfil oficial do Planalto na última sexta-feira (4).

No vídeo, as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia — atualmente sob ocupação militar russa — aparecem já incorporadas à Federação Russa. Também consta a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, mas ainda reconhecida internacionalmente como território ucraniano.


Vídeo compartilhado pelo governo Lula mostra regiões da Ucrânia marcadas como território russo | Foto: Reprodução/Instagram @oipedrodaher @govbr @brics_br (Foto: Reprodução/Instagram @oipedrodaher @govbr @brics_br)

A postagem gerou críticas por sugerir, ainda que indiretamente, que o Brasil reconhece a anexação russa dessas regiões. Isso ocorre em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta manter a imagem de país neutro no conflito entre Ucrânia e Rússia.

Apesar disso, o mapa parece contradizer esse discurso. As regiões em disputa não têm o reconhecimento oficial da maioria dos países do Ocidente, tampouco das Nações Unidas. Assim, o uso desse tipo de representação geopolítica tende a ser interpretado como endosso à posição do Kremlin.

Postagem trata sobre emissão de carbono

O conteúdo do vídeo postado no perfil do governo Lula trata da emissão de carbono e da importância dos países emergentes nesse debate. A publicação foi motivada pela reunião dos BRICS, grupo formado por nações em desenvolvimento com crescente influência global.

Atualmente, o bloco inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além disso, novos membros passaram a integrar o grupo: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Ao todo, os BRICS representam 39% da economia mundial. Juntos, esses países também reúnem 48,5% da população global.

Post ocorre após falas de Trump sobre conflito entre Rússia e Ucrânia

Além da publicação, o contexto internacional também pressiona. Um dia antes da postagem, o presidente americano Donald Trump revelou detalhes de conversas recentes com Vladimir Putin. Segundo ele, o líder russo deixou claro que não abrirá mão de manter os territórios ocupados.

Putin também afirmou que considera inegociável impedir a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ambas as condições são rejeitadas por Kiev, que afirma que negociar nesses termos seria ceder à violação de sua soberania nacional.

Governo brasileiro mantém silêncio sobre publicação nas redes

Mesmo diante desse cenário, o governo Lula continua a buscar uma narrativa de “mediação” no conflito. No entanto, atitudes como a publicação do mapa alimentam desconfiança sobre a real imparcialidade brasileira.

Apesar da polêmica, o Itamaraty ainda não se manifestou sobre a publicação. Até o momento, também não houve correção, esclarecimento ou confirmação por parte do Planalto e a postagem segue no ar. Contatada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação Social (SECOM) não deu um retorno até o fechamento da matéria.

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