A estratégia desastrosa do PT para atrair evangélicos

O Partido dos Trabalhadores (PT) mantém um curso para treinar lideranças e militantes sobre como se comportar para atrair e conquistar o voto do eleitor evangélico. A tentativa de aproximação com o público religioso, contudo, se revela na prática um desastre, causado pelo absoluto desconhecimento – ou desprezo – aos valores e à moral cristã.

Em tese, o objetivo do curso parece nobre e elevado: “qualificar a militância para uma interlocução respeitosa e eficaz com a comunidade evangélica”. O treinamento, intitulado “Fé e Democracia”, é feito pela Fundação Perseu Abramo, braço de estudos do PT. O problema começa nos professores escolhidos para treinar os militantes.

Dentre eles, está um pastor e sociólogo demitido da Faculdade de Teologia após sugerir que Jesus teria traído Judas em um artigo em jornal, na véspera da Páscoa. Outro instrutor do curso petista já afirmou que os evangélicos deveriam pedir perdão a Lula, e outro, ainda, lê e prega a Bíblia sob uma ótica marxista.

PT e evangélicos: sexualização de símbolos sagrados

Nada se compara, contudo, ao perfil da instrutora Angelica Tostes. Pastora que também é devota de Krishna – uma divindade hindu – e que prega a “interfé”, Angelica mantém um perfil nas redes sociais em que se esbalda em “angeliquisses”: conteúdos que misturam versículos bíblicos com a defesa do marxismo e do feminismo e promovem a sexualização de símbolos sagrados.

Em suas redes, Angelica publica várias imagens artísticas que ofendem a fé da maioria dos cristãos, sejam evangélicos ou católicos. Uma imagem, por exemplo, mostra Deus como uma mulher com a saia levantada e um adorador ajoelhado diante da genitália feminina. Em outra “licença poética”, freiras aparecem diante de uma pichação que diz “menos monjas, mais lesbianas”. Maria, a mãe de Jesus, é retratada como um órgão sexual feminino, com a legenda “rogai por nós”.

Há ainda apologia às mulheres do MST e a defesa de lutas sociais de esquerda. Mas as postagens de cunho erótico, de sexualização de símbolos sagrados, são as mais frequentes. Uma postagem destaca “sete teólogas lésbicas que você precisa conhecer”. E sublinha que se trata de personagens que “quebram os armários” e “usam o tesão como tinta e pintam lindas páginas de Deus”.

Se não conquistar mais eleitores evangélicos, Lula não se reelege

Não é preciso sequer ser religioso para perceber que os instrutores do curso do PT têm um perfil que não dialoga com a maioria dos cristãos. Ao invés de atrair o eleitorado conservador, a estratégia consegue a proeza de ofender igualmente católicos e protestantes. Não poderia ter feito melhor, caso a intenção fosse deliberadamente ofender esse público.

Dados da empresa Mar Asset apontam que, em 2022, Lula conquistou apenas 31% dos votos evangélicos. As projeções são de que no intervalo entre 2022 e 2026 o percentual de evangélicos no país  terá saltado de 32% para 35,8%. Analistas políticos apontam que se Lula não conseguir aumentar os votos nessa fatia do eleitorado, não há como se reeleger. O curso do PT para se aproximar dos cristãos apenas piora as coisas.