Texas: 27 crianças estão desaparecidas e mais de 20 pessoas morreram

Região do Rio Guadalupe, no estado norte-americano, foi tomada por uma forte cheia nesta sexta-feira (4). Equipes fazem buscas com o apoio de helicópteros.

Últimas atualizações em 05/07/2025 – 16:28 Por Redação GNI

Ao menos 27 pessoas morreram nas enchentes provocadas por tempestades no estado do Texas, nos Estados Unidos. Equipes de resgate fazem buscas por desaparecidos, incluindo um grupo de 27 meninas que estavam em um acampamento de verão.

Elas participavam do Camp Mystic, um acampamento cristão às margens do Rio Guadalupe, que foi tomado por uma forte cheia em poucas horas na sexta-feira (4). Vídeos publicados nas redes sociais mostram casas e árvores arrastadas pela cheia súbita na região.

“O acampamento foi completamente destruído. Foi muito assustador”, disse Elinor Lester, de 13 anos, que participava do Camp Mystic.

Dos 27 mortos, 18 são adultos e nove, crianças, segundo o gabinete do xerife do condado Kerr. De acordo com o jornal The Washington Post, três das crianças eram meninas que estavam no acampamento, com base em relatos de familiares.

Mais de 800 pessoas foram evacuadas até o momento. As buscas mobilizam 500 pessoas, 14 helicópteros e 12 drones.

Familiares compartilharam mensagens desesperadas nas redes sociais em busca de informações sobre o paradeiro das meninas. Mais de 750 crianças participavam do acampamento, segundo o vice-governador do Texas, Dan Patrick.

Uma operação de resgate com helicópteros, drones e equipes de emergência continuará ao longo deste fim de semana. “Peço ao povo do Texas que faça orações. Daquelas de se ajoelhar mesmo, para que a gente encontre essas meninas”, disse o vice-governador.

As autoridades estaduais haviam alertado sobre o risco de clima severo no dia anterior à chuva. O Serviço Nacional de Meteorologia previu entre 70 e 150 milímetros de chuva a partir de quinta-feira (3), mas caíram 250 milímetros.

Um medidor do nível do Rio Guadalupe na altura de Hunt registrou uma elevação de 6,7 metros em cerca de duas horas, e começou a falhar após chegar aos 9 metros, segundo o meteorologista Bob Fogarty.

O presidente Donald Trump lamentou as inundações. Neste sábado (5), ele publicou em seu perfil na rede social Truth Social que o governo federal está colaborando com as buscas. “Melania e eu estamos rezando por todas as famílias afetadas por esta tragédia”, completou.

Guardas florestais do Texas informaram, na tarde de sexta-feira, que haviam chegado ao Camp Mystic e começaram a evacuar campistas que estavam em áreas mais elevadas.

A jovem Elinor disse que foi retirada de helicóptero com suas colegas de cabana depois de atravessar a água da enchente. Ela contou que acordou assustada por volta da 1h30 da madrugada de sexta, com trovões e chuva forte batendo nas janelas da cabana.

Elinor estava entre as campistas mais velhas, que ficavam na área elevada conhecida como Senior Hill. As cabanas das meninas mais novas, que podem começar a frequentar o acampamento a partir dos 8 anos, ficam às margens do rio e foram as primeiras a inundar, segundo ela.

As crianças que estavam nas cabanas mais baixas subiram a colina para se abrigar. Pela manhã, estavam sem comida, energia elétrica ou água potável, relatou a jovem. Quando os socorristas chegaram, amarraram uma corda para as meninas atravessarem uma ponte com a água batendo nas pernas.

A mãe de Elinor, Elizabeth Lester, contou que seu outro filho também estava em um acampamento nas proximidades, o Camp La Junta, e conseguiu escapar. O Camp La Junta e outro acampamento na região, o Camp Waldemar, informaram no Instagram que todos os campistas e funcionários estavam em segurança.

Elizabeth chorou ao reencontrar a filha. Ela contou que a filha de uma amiga, que era monitora das crianças mais novas no Camp Mystic, está entre as desaparecidas. “Meus filhos estão seguros, mas saber que outras pessoas ainda estão desaparecidas está me destruindo por dentro”, disse.

Na escola primária de Ingram, que foi transformada em centro de encontro, famílias se aglomeraram na tentativa de reencontrar seus filhos. Uma menina com uma camiseta do Camp Mystic foi vista pela reportagem da agência Associated Press parada em uma poça d’água chorando nos braços da mãe.

Dezenas de famílias compartilharam em grupos locais no Facebook que receberam telefonemas de autoridades informando que suas filhas ainda não tinham sido localizadas.

Chloe Crane, professora e ex-monitora do acampamento, disse estar devastada. “O Mystic é um lugar muito especial, e não consigo imaginar o terror que seria passar por isso como monitora, responsável por 15 meninas pequenas.”

De acordo com Chloe, o acampamento, fundado em 1926, é um refúgio para meninas que querem desenvolver autoconfiança e independência. A cheia agora transformou o refúgio centenário em um cenário de destruição.

O acampamento fica em uma área conhecida como “corredor de enchentes”, explicou Austin Dickson, diretor da Community Foundation of the Texas Hill Country, uma fundação filantrópica que arrecada doações para ajudar entidades que atuam na resposta ao desastre. “Quando chove, a água não penetra no solo”, disse Dickson. “Ela desce morro abaixo.”


Jornais americanos repercutem a tragédia

Redação GNI

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