Conselho de Ética elege aliado de Bolsonaro como presidente

O deputado federal Fabio Schiochet (União Brasil-SC) foi eleito nesta terça (1º) como presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. O parlamentar é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e já declarou publicamente, às vésperas da eleição de 2022, ser contra o “caminho da esquerda”.

Durante a posse no novo cargo, Schiochet prometeu trabalhar a favor da democracia e da valorização do voto popular.

“O pior momento para este Conselho é cassar o voto popular de quem chegou aqui pelas urnas. Mas nós não podemos admitir que a nossa democracia, que o nosso respeito e que esta Casa sejam atacadas por parlamentares que fazem parte desse contexto”, afirmou.

Schiochet já foi secretário de Comunicação da Câmara entre 2019 e 2020 e presidiu anteriormente as comissões de Minas e Energia e de Defesa do Consumidor. Agora à frente do colegiado responsável por julgar a conduta de parlamentares, ele terá de equilibrar um discurso institucional com seu histórico de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma postagem nas redes sociais em 2022, ele afirmou ter sido o deputado federal que mais votou alinhado com Bolsonaro nas propostas enviadas pelo então presidente. E se declarou publicamente contra a oposição da época.

“O Brasil tem duas saídas: o caminho da esquerda e ir para um desfiladeiro moral e econômico ou a gente pegar o caminho da direita e seguir com a retomada da economia e a moralização dos costumes”, afirmou na ocasião.

A presidência de Schiochet no Conselho de Ética ocorre em um momento de tensão entre a oposição e o governo no Congresso, principalmente de temas mais sensíveis como impostos e emendas parlamentares.

O agora ex-presidente do Conselho de Ética da Câmara, Leur Lomato Júnior (União-BA), deixou o cargo afirmando que atuou “com transparência e zelo, com compromisso permanente com a democracia e o interesse público, em conformidade com o nosso regimento”.

“Conseguimos concluir a tramitação de todos os processos, assegurando que os trabalhos do colegiado não deixassem pendências para a próxima gestão”, completou.