Moraes manda PF ouvir advogado de Bolsonaro e Wajngarten

Últimas atualizações em 25/06/2025 – 19:21 Por Gazeta do Povo | Feed


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (25) que a Polícia Federal ouça um dos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, e o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, em investigação sobre suposta “prática dos crimes de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

A PF deve ouvir Wajngarten e Bueno no prazo de 5 dias. A ordem foi expedida no âmbito do inquérito aberto pelo ministro contra o coronel Marcelo Costa Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz, em razão dos supostos contatos entre o advogado e o tenente-coronel Mauro Cid, delator no processo sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

A Gazeta do Povo entrou em contato com Wajngarten e Bueno, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações. A defesa de Cid informou à PF que Kuntz “procurou insistentemente” a filha de 14 anos de idade, a mãe e a mulher do tenente-coronel. O celular da filha do militar foi entregue aos investigadores.

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O advogado Cezar Bitencourt, que representa o militar, afirmou que, em agosto de 2023, Kuntz chegou a questionar se a filha de Cid “havia ‘falado com sua mãe’”. Em dezembro de 2023, Kuntz teria tentado marcar um almoço com a mulher e a filha do ex-ajudante de ordens, segundo relato de sua defesa.

“Outro advogado que também atua – ou atuava – na defesa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, Fábio Wajngarten, igualmente, fez intensa tentativa de falar com a família e com Mauro Cid”, disse Bitencourt.

“Quando em eventos realizados na Hípica de São Paulo, o Dr. Luiz Eduardo Kuntz, uma vez acompanhado pelo Dr. Paulo Costa Bueno, cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid”, relatou o advogado do tenente-coronel.

Investigação contra advogado e perfil no Instagram atribuído a Cid

O inquérito foi aberto após o advogado Eduardo Kuntz anexar aos autos uma série de áudios e prints de diálogos entre ele e Cid por meio do perfil “gabrielar702” sobre a delação. O acordo impõe sigilo sobre depoimentos, sob risco de anulação dos benefícios, entre eles, a possibilidade de responder ao processo em liberdade.

Dias antes, durante os interrogatórios dos réus no STF, o advogado Celso Vilardi, que também faz parte da defesa de Bolsonaro, questionou Cid sobre o perfil. “Quero saber se ele fez uso em algum momento para falar de delação de um perfil no Instagram que não está no nome dele”, indagou o advogado. Cid negou.

Vilardi insistiu: “Ele nunca usou perfil de mídia social para falar com ninguém?” Cid, de novo, garantiu que não. “Conhece um perfil chamado ‘gabrielar702’?”, tentou mais uma vez o advogado. Cid, nesse momento, gaguejou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.

No dia 12 de junho, a revista Veja publicou uma série de mensagens supostamente escritas por Cid entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024. Segundo a publicação, ele teria usado o perfil “gabrielar702” na conversa. Nelas, o tenente-coronel teria dito que a Polícia Federal tentou manipular os depoimentos da delação premiada e criticou Moraes.

Após a publicação, a defesa do militar pediu uma investigação sobre o perfil. Cid apontou a “total falsidade da matéria e de seu conteúdo”, classificando a reportagem da Veja como “mais uma miserável fake news”. O advogado Cezar Bitencourt afirmou que o perfil não é, nem nunca foi usado pelo tenente-coronel e que, apesar de o nome “Gabriela” coincidir com o de sua esposa, não há relação.

Após uma ordem de Moraes, a Meta informou à Corte que o perfil do Instagram foi criado com um e-mail em nome do militar. Já o Google, disse que o endereço foi criado em 2005 e o aniversário citado pelo dono da conta é o mesmo de Cid. No relatório enviado pela Meta, há o registro de uma conversa entre Kuntz, o perfil “gabrielar702” e o advogado Paulo Cunha Bueno no Instagram.

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