bombardeios só atrasaram programa nuclear do Irã

Últimas atualizações em 25/06/2025 – 00:56 Por Gazeta do Povo | Feed


Um relatório da inteligência americana, citado em publicação do jornal The New York Times nesta terça-feira (24), revela que os bombardeios realizados pelos Estados Unidos e Israel contra instalações nucleares do Irã resultaram apenas em um atraso de poucos meses no programa atômico do regime islâmico.

Segundo informações do próprio jornal, que afirma ter tido acesso ao documento preliminar, que aborda os danos causados pelos bombardeios, as forças americanas conseguiram selar os acessos de dois centros nucleares iranianos, mas não destruíram as estruturas subterrâneas, permitindo que o Irã mantenha grande parte da sua capacidade de enriquecimento de urânio. O jornal, no entanto, não especifica quais das três instalações atingidas — Fordow, Natanz e Isfahan — tiveram as entradas seladas, apenas confirma que todas foram alvos dos bombardeios. Entre elas, destaca-se Fordow, que fica localizada sob uma montanha. As informações citam que a usina teve seu sistema elétrico gravemente danificado, dificultando o acesso e o funcionamento pleno do local.

Ainda de acordo com a publicação, oficiais do governo americano informaram no documento que, antes do ataque de sábado (21), a inteligência dos Estados Unidos estimava que o Irã precisaria de cerca de três meses para fabricar uma bomba atômica, caso decidisse avançar rapidamente nesse objetivo. Após a ofensiva conjunta americana e israelense, a avaliação, feita pela Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA, na sigla em inglês), concluiu que o impacto foi limitado: o programa nuclear iraniano teria sido postergado por menos de seis meses.

O documento, segundo a reportagem do Times, detalha que boa parte do estoque de urânio enriquecido do Irã foi removido das instalações onde ficavam antes dos bombardeios, sendo transferido para outros locais secretos do país, ou seja, pouco foi efetivamente destruído. A publicação cita ainda que autoridades israelenses também acreditam que o regime dos aiatolás mantém pequenos centros de enriquecimento clandestinos para garantir a continuidade do programa nuclear, mesmo diante dos ataques a complexos principais.

Embora o presidente Donald Trump tenha declarado que os ataques “obliteraram” o programa nuclear iraniano, a avaliação preliminar contradiz essa versão.

“O vazamento desta suposta avaliação é uma tentativa clara de desmerecer o presidente Trump e desacreditar os bravos pilotos que executaram perfeitamente a missão para obliterar o programa nuclear do Irã”, afirmou Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, ao The New York Times. Ela acrescentou que “todos sabem o que acontece quando você lança 14 bombas de 30 mil libras em seus alvos: aniquilação total”.

De acordo com a reportagem, a avaliação dos danos causados pelo ataque segue em andamento e novos relatórios deverão ser apresentados ao Congresso americano nos próximos dias. Autoridades militares dos EUA reconhecem que, para causar destruição total nas instalações subterrâneas, seriam necessários ataques adicionais, mas Trump optou por interromper a ofensiva após a primeira onda de bombardeios.

O cessar-fogo entre Israel e Irã permanece em vigor após 12 dias de confrontos diretos no Oriente Médio.

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