Instagram atribuído a Cid foi criado com e-mail em nome do militar
Últimas atualizações em 23/06/2025 – 20:01 Por Gazeta do Povo | Feed
A Meta, controladora do Instagram, informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o perfil que teria sido utilizado pelo tenente-coronel Mauro Cid para trocar mensagens sobre seu acordo de delação premiada foi criado com um e-mail em nome do militar. Moraes retirou nesta segunda-feira (23) o sigilo do documento, que foi enviado pela empresa à Corte na semana passada.
Moraes também liberou o relatório encaminhado pelo Google sobre a criação do e-mail. Segundo a empresa, o endereço foi criado em 2005 e o aniversário citado pelo dono da conta é o mesmo de Cid. O ex-ajudante de ordens foi questionado sobre o perfil durante seu interrogatório no STF, no último dia 9, pelo advogado de defesa de Bolsonaro, Celso Vilardi.
“Quero saber se ele fez uso em algum momento para falar de delação de um perfil no Instagram que não está no nome dele”, indagou o advogado. Cid negou. Vilardi insistiu: “Ele nunca usou perfil de mídia social para falar com ninguém?” Cid, de novo, garantiu que não. “Conhece um perfil chamado ‘gabrielar702’?”, tentou mais uma vez o advogado. Cid, nesse momento, gaguejou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.
Dias depois, a revista Veja publicou uma série de mensagens supostamente escritas por Cid entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024. Segundo a publicação, ele teria usado o perfil “gabrielar702” na conversa. Nelas, o tenente-coronel teria dito que a Polícia Federal tentou manipular os depoimentos da delação premiada e criticou Moraes.
Após a publicação, a defesa do militar pediu uma investigação sobre o perfil. Cid apontou a “total falsidade da matéria e de seu conteúdo”, classificando a reportagem da Veja como “mais uma miserável fake news”. O advogado Cezar Bitencourt afirmou que o perfil não é, nem nunca foi usado pelo tenente-coronel e que, apesar de o nome “Gabriela” coincidir com o de sua esposa, não há relação.
No último dia 17, o advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara, que também réu na ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, anexou nos autos uma série de áudios e prints de diálogos entre ele e Cid por meio do perfil “gabrielar702” sobre a delação. O acordo impõe sigilo sobre depoimentos, sob risco de anulação dos benefícios, entre eles, a possibilidade de responder ao processo em liberdade.
Um dia depois, Moraes considerou que Câmara tentou obter informações sigilosas sobre o acordo e descumpriu a proibição de falar com outros investigados, inclusive por intermédio de terceiros. O ministro determinou a prisão do coronel e abriu um inquérito contra advogado. Durante a audiência de custódia, Câmara negou que tenha conversado com Cid.
“Desde que que fui solto, em 16 de maio, eu procurei seguir todas as medidas cautelares que me foram impostas, inclusive essa que eu estou sendo acusado de ter quebrado. Eu não conversei com o colaborador, nem por terceiros”, disse Câmara.
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