Candidato à presidência do PT reconhece que Lula pode perder base em 2026
Últimas atualizações em 23/06/2025 – 08:37 Por Gazeta do Povo | Feed
O ex-prefeito de Araraquara (SP) e candidato favorito à presidência do PT, Edinho Silva (PT-SP), reconhece que partidos como o MDB, PSD, União Brasil, Republicanos e PP podem desembarcar de vez da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a eleição de 2026.
Ele é o favorito na disputa interna do partido após a saída de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para ocupar o cargo de ministra das Relações Institucionais, e tenta levar o partido mais para o centro, tentando manter parte da aliança que elegeu Lula em 2022 e das legendas que aderiram ao governo após a eleição.
No entanto, ele reconhece que é praticamente impossível contar com o apoio formal das cinco legendas que, apesar de ocuparem ministérios na Esplanada, não votam totalmente com o governo e mandam sinais de que pode mudar de lado no ano que vem.
“Temos que olhar estado por estado e ver o que é preciso para fecharmos alianças”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta segunda (23).
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Ou seja, Edinho sinaliza que uma aliança nacional pode não ser concretizada, mas que o partido – se estiver sob a sua liderança – olhará para os estados com uma visão mais de centro e menos de esquerda, o que é criticado por outras alas petistas.
“Não conseguindo alianças nacionalmente, a gente olha para os estados. Quero começar no dia seguinte à minha vitória a conversar com partidos e lideranças que estiveram com o presidente Lula no segundo turno da campanha de 2022”, pontuou.
Edinho Silva pertence à corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil”, que já se declarou mais aberta a outras visões, além de reforçar a comunicação do PT com o atual momento da sociedade. Ele é um dos mais críticos à atual forma de pensar do partido.
De confirmado mesmo para a tentativa de reeleição de Lula em 2026 estão, neste momento, a partidos historicamente ligados a Lula, como PSB, PC do B, PV, PSOL, Rede e PDT. Para ele, o presidente tem capacidade de se recuperar da queda da popularidade, mas é preciso mostrar isso à população.
“Tem muita coisa a mostrar para a população, é preciso intensificar a comparação entre a situação agora e a de antes de 2023. O PT tem que entrar de maneira mais forte nesse debate”, afirmou.
Mais recentemente, em meados de março, Edinho cobrou o próprio partido para se mobilizar em prol da candidatura de Lula – que será a última e sem um nome forte para sucedê-lo neste momento. Foi uma crítica semelhante à feita pelo histórico líder petista José Dirceu, na semana passada, de que o PT falhou na capacidade de se comunicar com a população.
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